Investigação pode trazer mais envolvidos no roubo de adubo da Prefeitura de Itapemirim

Por

O Jornal

O roubo de mais de mil sacas de adubo de um depósito da Prefeitura de Itapemirim continua dando ‘pano-pra-manga’.

O desvio do material foi descoberto por Guardas Patrimoniais de Itapemirim, que através do sistema de videomonitoramento desconfiaram de movimentações suspeitas próximo ao depósito.

Alertada para o fato, policiais da Força Tática da Polícia Militar realizaram uma operação para recuperar a carga e prender os envolvidos no furto.

No momento da abordagem, cerca de 195 sacos foram recuperados e três pessoas foram detidas e levada para a Delegacia de Itapemirim.

Dos detidos, um foi apontado como o autor do roubo e os outros dois como compradores do produto.

Os 195 sacos recuperados de imediato, estavam em um local na localidade de Nova Jerusalém, em Marataízes. Em seguida, outros 233 sacos de adubo foram localizados, também em Marataízes, na localidade de Lagoa Dantas, e outros 592 sacos do produto estavam em Rio Novo do Sul, totalizando a recuperação de 1020 sacos de adubo.

Um inquérito policial foi aberto pelo delegado titular da Delegacia de Itapemirim, Djalma Pereira Lemos, que terá, em princípio, 30 dias para concluir as investigações e apresentar denúncia contra os acusados.

Há a expectativa de que mais pessoas estejam envolvidas no roubo, que segundo levantamento preliminares, a prática já vem acontecendo de forma corriqueira – “Não duvido que este roubo já pode estar acontecendo faz tempo”, diz um Guarda Patrimonial.

Rio Novo do Sul

Os 592 sacos de adubo encontrados em Rio Novo do Sul estavam dentro de uma empresa de propriedade de Enildo Ferreira, mais conhecido como “Enildo Bananeira”.

Ele também é político na cidade e já se lançou como pré-candidato a prefeito para as eleições deste ano.

Implicado no escândalo, ele se disse surpreso com o acontecimento e disse que não tinha conhecimento de que os produtos adquiridos eram de procedência ilícita.

Segundo o empresário (foto), a compra teria sido feita por pouco mais de R$ 12 mil de um homem da comunidade de Rodeio, com quem ele afirmou ter feito negócios anteriormente. Enildo chegou a gravar um vídeo, que em seguida postou em suas redes sociais, dando sua versão para os fatos. No vídeo ele negou que sabia a origem dos produtos e reafirmou seu compromisso de contribuir para esclarecer todo o imbróglio que se meteu – “Fui vítima de uma situação que estava além do meu conhecimento e da minha vontade, e estou aqui para afirmar meu compromisso contínuo com a honestidade e a transparência. Agradeço a todos que nos apoiam e continuam a confiar em nosso trabalho e em nossas intenções. Estou comprometido em manter todos informados e em lidar com esta questão de maneira aberta e ética. Este é um momento para unirmos forças e focarmos no que realmente importa para o futuro de nossa cidade”, publicou Enildo Bananeiro no Instagram.

Com o prosseguimento das investigações, novas implicações podem vir à tona. O delegado disse que é importante desvendar todos os pontos, pois trata-se contra o patrimônio público.

População Revoltada

A partir da divulgação da notícia, a população de Itapemirim deu mostras de revolta com a situação. Muitas mensagens foram para as redes sociais criticar e creditar na conta da atual administração o descontrole e farra com o dinheiro público.

Nas postagens, os moradores criticam a falta de obras e de melhorias para a cidade, enquanto internamente a prefeitura só se preocupa com licitações e contratação de pessoal, citando, por exemplo, a intenção da contratação milionária de vigilantes, sendo que vários vigilantes locais que aguardavam serem chamados para trabalhar viram o tempo para a contratação se expirar sem serem convocados.

Os moradores também criticaram a falta de empenho dos vereadores que nada fazem para fiscalizar, o que é uma competência que cabe à eles – “ficam apenas fazendo picuinhas e tentando tirar vantagem da administração. Com o perdão do trocadilho: São tudo adubo do mesmo saco”, disse um internauta.

As mensagens também atribuem o desmazelo ao atual secretário de Agricultura, que nada faz para dar bom destino (aos agricultores locais) ao material adquirido para este fim.

Até o momento, nenhuma nota sobre o caso foi publicada na página oficial da Prefeitura de Itapemirim.

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