A Lei Aldir Blanc foi implementada há quase um ano, em agosto de 2020, abrindo possibilidades para o setor cultural, que passou a contar, desde então, com auxílio financeiro para artistas e produtores culturais de todo país para desenvolverem seus projetos na área, uma das mais afetadas desde o início da pandemia da Covid-19.
A União repassou aos estados e municípios recursos na ordem de R$ 3 bilhões para custearem o setor.
Desde de sua promulgação, diversas prefeituras abriram editais para o chamamento, selecionando vários projetos que já estão sendo desenvolvidos por todo país, oportunidade em que artistas da música, atores, dançarinos, pintores, enfim, todos envolvidos com as mais diversas manifestações culturais podem continuar exercendo suas atividades, na maioria dos casos com os trabalhos sendo exibidos de forma remota.
Em Marataízes, vários projetos foram selecionados para obterem o apoio cultural da Lei Aldir Blanc. Foram contemplados nomes conhecidos da cultura local, mas também serviu para apresentar gratas surpresas aos olhos do público.
As variações dos estilos de dança é um exemplo de atividades artísticas que ganharam espaço com a adesão à nova lei pelo município. E foi a dança a forma encontrada por um grupo de jovens ‘maratimbas’, que escolheu levar ao público o espetáculo “O Amor é um Pássaro Rebelde”, uma tradução da mais famosa ópera francesa, Carmen, de autoria de George Bizet (1838-1875). Embora o estilo de dança seja contemporâneo, o espetáculo usa como referência o flamenco, que exprime o drama da protagonista, uma mulher de origem cigana, considerada sedutora e libertária para os padrões da época.
O Cenário escolhido para a gravação foi o secular conjunto arquitetônico do Palácio das Águias, no Porto da Barra, em Marataízes, mas também mixou imagens da cidade de Sevilha, região de Andaluzia, na Espanha, capital da Dança Flamenca, que se configura pela miscigenação dos povos árabes, mouros e ciganos.
Este espetáculo faz homenagem à grandiosidade da protagonista, e da ópera de George Bizet, inspirada na obra prima do escritor parisiense Prosper Mérimée, mas acima de tudo chama atenção, como uma forma de alerta, sobre a violência contra a mulher.
Equipe Técnica/Elenco
Com a direção de Alice Madalena Lopes Alves e coreografia de Mária Lopes da Costa, a peça estrelou os bailarinos Alice Lopes da Costa, Mária Lopes da Costa e Leodoro Alves da Costa. Fotografia de Nick Kennedy. Filmagem e Edição de Matheus Merlin Neto.
Saiba mais sobre a Ópera CARMEN
O AMOR É UM PÁSSARO REBELDE é a tradução da mais famosa da ópera francesa de George Bizet, que conta a tragédia de Carmen, mulher envolvente, determinada, desafiadora, sedutora. Carmen incomoda a sociedade com seu comportamento fora dos padrões, ao mesmo tempo em que desperta paixões, mas seu único amor verdadeiro é a sua liberdade, o que acabará lhe custando a vida.
Em síntese, a história de Carmen, já perseguida pela sociedade, se envolve em uma briga e é presa. Sem outra alternativa, ela dança e canta na prisão. Um soldado chamado de Dom José deixa a cigana escapar. Ele é expulso do exército, mas depois de julgado e inocentado, ele vai em busca de Carmen nas montanhas. A encontra, mas o ciúme doentio pela cigana os afastam.
As cartas ciganas não mentem o destino trágico de Carmen – a morte. Dom José a reencontra na arena de Sevilha. Ela reluta em seguir com ele, ela a assassina esfaqueada.
Carmen encanta e impressiona o público por mais de um século feminicídio, expondo ainda a misoginia, o preconceito social e ético. O destino fatal de Carmen revela o ciúme, como personagem invisível presente durante toda ópera.
Assista ao Vídeo do Espetáculo abaixo