PF investiga militar do Exército por vender informações a garimpeiros na Amazônia

Por

Abimael Alves Pinto

Relatório da Polícia Federal divulgado pelo jornal O Globo revela que o tenente-coronel Abimael Alves Pinto recebeu um total de R$ 930 mil entre 2020 e 2022, por meio de contas em seu nome, no nome de sua esposa e em uma empresa da família. O militar é suspeito de vazar informações sobre operações policiais a um grupo de garimpeiros da região do Japurá, no Norte do Amazonas, próximo à divisa com a Colômbia. Ainda de acordo com a reportagem, à época o tenente-coronel estava lotado no subcomando do Batalhão de Selva e era responsável pelo controle operacional das ações na fronteira.

Conforme o relatório, os pagamentos foram aprovados por uma empresa de importação e exportação de minérios sediada em Porto Velho. O proprietário da companhia foi preso preventivamente pela PF nesta terça-feira(27), enquanto o tenente-coronel foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Durante uma busca realizada em sua residência, localizada em Ponta Grossa (PR), os agentes apreenderam relógios e jóias. O Exército informou que o militar está sendo investigado em um Inquérito Policial Militar (IPM) e que a ação foi conduzida em parceria com a Polícia Federal pela 5ª Brigada de Cavalaria Blindada.

Segundo a PF, uma das operações que foram mais prejudicadas pela interferência dos suspeitos foi a Verde Brasil 2, que ocorreu por meio de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) baixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e custou mais de R$ 410 milhões aos cofres públicos.

A defesa do tenente-coronel emitiu uma nota afirmando que ele "não cometeu nenhum crime e jamais recebeu valores de criminosos em troca de informações privilegiadas que poderiam interferir nas operações". O advogado Fernando Madureira, responsável pela defesa, explicou que o militar teve seu nome mencionado por criminosos em retaliação ao trabalho que se desenvolveu nos estados de Rondônia e Amazonas, e que ele sempre combateu o garimpo ilegal. Abimael deverá prestar esclarecimentos à PF nos próximos dias.

No início de 2020, a PF rastreou mensagens em que um primo do militar, identificado como Márcio, oferecia os "serviços" de Abimael por R$ 20 mil por mês. Em uma das mensagens, Márcio diz: "Vamos livrar ele (os donos do garimpo) todo santo dia de ser pego. No mínimo uns 20 mil? Isso para ser muito baixo. Mas, você faz o trato aí. Vamos entregar ele todo santo dia de ser pego". O garimpeiro Pedrinho Marcondes, do outro lado da linha, respondeu: "Pode deixar certo com ele então todo dia 20 (…) Todo dia 20 vai estar na conta, está bom?",.

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