Senhora recebe ajuda após abalo sísmico na capital mexicana nesta segunda-feira Pedro Pardo/AFP
Um terremoto de 7,7 graus de magnitude atingiu o Centro do México nesta segunda-feira, provocando um morto até o momento. O abalo sísmico acontece no aniversário de dois outros tremores que deixaram milhares de mortos na mesma data em 1985 e 2017.
Menos de uma hora após a realização de um exercício de simulação de terremoto, parte das homenagens nacionais aos eventos de 1985 e 2017, um forte tremor desencadeou pânico em várias regiões da Cidade de México, e em estados no centro do país.
"Uma pessoa morreu devido à queda de um muro de um shopping center em Manzanillo [estado de Colima]", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, no seu perfil no Twitter.
O Serviço Sismológico Nacional, que inicialmente estimou a magnitude do tremor em 6,8, detalhou no Twitter que o epicentro estava localizado 59 km ao sul de Coalcomán, estado de Michoacán, na costa do Pacífico.
A Defesa Civil descartou o risco de um tsunami.
— Achei que ia ter um ataque cardíaco! Chega setembro e já fico nervosa — disse à AFP Gabriela Ramírez, 58, dona de casa que mora em Roma-Condesa, uma regiões mais vulneráveis da capital.
O tremor ativou o alerta de abalo sísmico, que soa um minuto antes da ocorrência desse tipo de fenômeno, provocando evacuações em massa na capital, de 9,2 milhões de habitantes.
"Até agora nenhum dano foi relatado", escreveu a prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, em sua conta no Twitter.
As autoridades do estado de Michoacán, onde o terremoto teve início, não relataram vítimas, enquanto os moradores relataram prejuízos materiais menores.
19 de setembro: a data fatal
O alerta sísmico soou menos de uma hora depois que milhões de pessoas participarem de um evento nacional, que acontece todo dia 19 de setembro para promover a prevenção a terremotos.
Este é o terceiro terremoto registrado em 19 de setembro na história do México. O maior deles, em 1985, alcançou 8,1 pontos da escala Ritcher e deixou mais de 10 mil mortos, a grande maioria na capital. Na mesma data em 2017, outro sismo de 7,1 atingiu o centro do país, com saldo de 369 mortos.
O tremor desta segunda-feira ocorreu nove minutos antes do ocorrido em 2017.
— Foi terrível. Descemos assim que sentimos, quando o alarme soou — disse à AFP Karina Suárez, 37, do lado de fora do prédio onde mora, na colônia central Roma.
O canal de televisão Milenio mostrou a evacuação de um prédio na rua República do Uruguai, no centro histórico da Cidade do México, uma área caracterizada por seus prédios antigos e com muitos moradores.
Usuários nas redes sociais relataram o desabamento de paredes e vidros em prédios da capital, de 22 milhões de habitantes, considerando a região metropolitana.
Grande parte da capital mexicana está localizada em um antigo lago, por isso o subsolo é lamacento e as ondas telúricas são mais intensas do que em solo firme.
O sismo de 2017 foi de magnitude inferior ao desta segunda-feira, mas o epicentro foi a cerca de 160 quilômetros da capital, enquanto o de hoje foi a cerca de 600 km, segundo as autoridades.