Paquistão condena jovem à morte por compartilhar caricaturas de Maomé

Por

Paquistão condena jovem à morte por compartilhar caricaturas de Maomé

Um tribunal do Paquistão condenou à morte uma mulher pela acusação de enviar textos com blasfêmia e caricaturas do profeta Maomé pelo WhatsApp.

Aneeqa Ateeq, 26, foi presa em maio de 2020 após ter sido denunciada pelo envio dos materiais considerados transgressões às severas leis de cibercrime e blasfêmia, segundo o jornal The Guardian.

A publicação britânica relata, com base no documento de acusação, que Ateeq conheceu o denunciante, também paquistanês, em 2019, em um jogo online, quando passaram a conversar pelo WhatsApp.

O homem a acusou, então, de enviar caricaturas de profetas, fazer observações de personalidades sagradas no aplicativo de mensagens e usar seu perfil no Facebook para divulgar materiais blasfemos.

O documento aponta que ela "deliberadamente e intencionalmente macula personalidades sagradas justas e insultou crenças religiosas de muçulmanos".

Em sua defesa, Ateeq disse ser uma muçulmana praticante e acredita ter sido atraída propositalmente para uma discussão religiosa para que o denunciante pudesse reunir evidências e se vingar depois de um desentendimento na conversa.

Seus argumentos, no entanto, não foram suficientes para livrá-la de uma condenação à forca, além de uma sentença de 20 anos na prisão. Seu advogado, Syeda Rashida Zainab, afirmou não poder comentar o julgamento pelo fato de o assunto ser muito sensível, de acordo com o jornal britânico.

Um país islâmico, o Paquistão tem uma das leis de blasfêmia mais duras do mundo e com frequência seus tribunais condenam à morte os acusados –na prática, porém, as execuções acabam não ocorrendo, e os réus passam a vida na prisão, informa o Guardian.

Mais de 80 pessoas estão presas sob acusação de blasfêmia, sendo que metade enfrenta prisão perpétua ou pena de morte, de acordo com a Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos.

As caricaturas de Maomé são proibidas pelo islã e já motivaram ataques ao jornal francês Charlie Hebdo e ao professor Samuel Paty, que havia exibido as imagens em sua sala de aula, em Paris.

Enquanto o atentado contra o jornal deixou 12 mortos em janeiro de 2015, Paty foi decapitado por um jovem tchecheno em março do ano passado. Ambos os casos geraram comoção nacional.

Já dentro do próprio Paquistão, um trabalhador do Sri Lanka foi linchado e queimado por uma multidão após ser acusado de blasfêmia em dezembro do ano passado.

Confira mais Notícias

Aconteceu no Mundo

Mundo

Maduro muda data do Natal na Venezuela que passa ser comemorado em 1º de outubro

Aconteceu no Mundo

Mundo

Calor extremo mata mais de mil muçulmanos durante peregrinação a Meca

Aconteceu no Mundo

Mundo

Número de refugiados cresce 8% e chega a 120 milhões em todo o mundo

Aconteceu no Mundo

Mundo

"Usava fones": Mulher morre atropelada por trem na Espanha

Aconteceu no Mundo

Fortuna dos cinco homens mais ricos do mundo dobrou desde 2020

Aconteceu no Mundo

Mundo

Coreia do Sul aprova lei que proíbe consumo de carne de cachorro

Aconteceu no Mundo

Mundo

'Aviso que vem mais', diz Milei em meio a panelaços contra desregulação

Aconteceu no Mundo

Mundo

Milei quer usar Forças Armadas para reprimir protestos contra arrocho e inflação

plugins premium WordPress