A força-tarefa de segurança pública do Espírito Santo prendeu, no início da tarde desta terça-feira (28), o ex-policial militar Cezar Narciso de Souza, um dos condenados pela morte da jornalista Maria Nilce, assassinada em 1989, em Vitória.
Tido como um dos crimes de maior repercussão na história do ES, a jornalista foi assassinada com três tiros quando chegava com a filha em uma academia na Praia do Canto.
A motivação do crime seria, conforme divulgado na época, o conteúdo das matérias que Maria Nilce escrevia no antigo "Jornal da Cidade", onde denunciava o tráfico de drogas e os envolvidos com esse crime.
O assassinato foi inicialmente investigado pela Polícia Civil e posteriormente transferido para a Polícia Federal.
Segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram como mandante o empresário José Andreatta que teria contratado o ex-policial civil Romualdo Eustáquio Luz Faria, o "Japonês", e este, por sua vez, teria subcontratado dois pistoleiros para a execução, José Sasso e o ex-PM Cezar Narciso de Souza.
A dupla de executores teria fugido com o auxílio do piloto de avião Marcos Egydio Costa e do também policial civil Charles Roberto Lisboa, de acordo com a PF.
José Sasso morreu envenenado na cadeia e Marcos Egydio foi assassinado na Serra. Andreatta, Japonês, Lisboa e Narciso foram condenados, respectivamente, a 24, 15, 17 e 19 anos de prisão.
De todos eles, segundo a PF, o único que nunca havia cumprido pena até hoje era Cezar Narciso de Souza.
Procurado desde sua condenação definitiva, em 2018, havia indicativos de que Narciso pudesse estar escondido na Bahia, em uma propriedade rural no Noroeste do ES ou em Minas Gerais.
Depois de meses em diversas ações de busca, surgiu então a indicação de que ele estaria residindo em São Diogo, na Serra.
"Nas últimas semanas os trabalhos se intensificaram e foram realizadas inúmeras diligências contando com o apoio de todas os integrantes da força-tarefa, o que culminou com sua prisão no dia de hoje. Quando de sua abordagem, não houve nenhuma resistência e confirmou-se que se tratava realmente de Cezar Narciso", divulgou a força-tarefa.
Ele foi levado para a Superintendência da PF do ES, em Vila Velha.
Até a última atualização deste texto, a reportagem não havia obtido contato com o preso ou a defesa dele.
"Esta é uma prisão de grande importância, pois coloca atrás das grades um criminoso de alta periculosidade, que foi condenado por um crime bárbaro e que chocou a sociedade capixaba", divulgou a força-tarefa.