Moro continuou como chefe da Lava Jato quando já era ministro, indica mensagem a Dallagnol

Por

Sérgio Moro e Deltan Dallagnol

O ex-juiz Sérgio Moro já fazia parte do governo de Jair Bolsonaro como ministro da Justiça e continou a se portar como chefe da Lava Jato -o que era ilegal para a condiçao dele como juiz e mais ainda como ministro.  Mensagem dele revelada agora mostra como ele deu ordem ao procurador Deltan Dallagnol, então chefe formal da força-tarefa, pedindo informações sobre a relação entre o Brasil e outros países em acordos de cooperação internacional.

 

O pedido foi enviado por meio de um aplicativo de mensagens às vésperas da participação do então ministro e o tema era sua participação em um debate sobre corrupção e uso da tecnologia no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em janeiro de 2019. A informação foi publicada pelo portal Uol.

 

Às 22h23 de 20 de janeiro de 2019, Deltan conversou com um colega identificado como "Douglas Prpr" e encaminhou uma mensagem do então ministro. "Moro: 'Estarei em Davos na semana, pode me dizer sucintamente com quais países ainda temos dificuldade com cooperação, Hong Kong por exemplo forneceu aquelas provas?'. Vc descobre e me passa por favor?".

O pedido de Moro encaminhado a Dallagnol consta em perícia contratada pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

De acordo com juristas, Moro buscou a informação de forma ilegal, porque o próprio Ministério possui um órgão responsável por cooperação internacional.

 

Ministro da Justiça do governo de Fernando Henrique Cardoso em 1999 e 2000, o advogado criminalista José Carlos Dias criticou a postura de Moro. "O ministro da Justiça só pode utilizar informações obtidas através dos órgãos oficiais. Não pode ter uma conversa escusa com quem não pertence à estrutura do ministério. E muito menos com um procurador. O que o Moro pretendia era obter informações por baixo do pano. O correto seria procurar o DRCI ou a PGR", afirmou.

Ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso em 2002, o advogado Miguel Reale Júnior, autores dos pareceres que embasaram o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016, disse que Moro utilizou o canal inadequado para buscar esse tipo de informação. "Todas as informações são solicitadas via ministério. O que espanta é que o Moro não soubesse que há um órgão no próprio ministério indicado para representar o país nos acordos de cooperação internacional", afirmou o jurista.

 

Em 21 de janeiro de 2019, Dallagnol voltou a falar sobre a cooperação internacional com "Douglas Prpr", que encaminha ao procurador um levantamento sobre a cooperação com ao menos quatro países. A grafia das mensagens foi mantida como constam nos autos do Supremo.

 

16:22 Douglas Prpr Blz, tô vendo aqui

16:28 Deltan já indiquei o seguinte: 1) Bahamas – extrema dificuldade 2) Espanha – A citação do Tacla ainda não ocorreu (estamos há mais de 2 anos tentando) 3) Hong Kong realmente finge que não entende nossas Coopins e fica perguntando um milhão de vezes a mesma coisa pra não cumprir

 

18:00 Douglas Prpr Indicações dos grupos: 1) Está há quase 2 anos sem cumprir o pedido de quebra e bloqueio FTLJ 132/2017 3) Forneceu dados do Leonardo Meirelles, mas porque Dr. Orlando conversou diretamente com a autoridade do caso lá Pedem complementos intermináveis e sem lógica 4) Grécia: sem resposta desde 2017 já quanto ao pedido FTLJ 153/2017 5) Reino Unido: dificulta muito por causa das questões do common law [direito comum, em inglês, quando juízes estabelecem um novo precedente em um caso] mas foram prestativos no pedido FTLJ 152 (caso dos gregos), p. ex. 6) Ilhas Virgens Britânicas: dificuldade no cumprimento do pedido FTLJ 125/2017, sob justificativa de ausência de nexo causal entre as informações solicitadas e o crime investigado. Ocorre que a prova do nexo causal só pode ser produzida com a remessa da documentação bancária. Portanto ele exigem [sic] prova impossível para cumprir os pedidos.

 

18:01 Deltan Shou [sic], obrigado.

Confira mais Notícias

Política

Marataízes

Toninho e Willian são diplomados como prefeito e vice de Marataízes

Política

Cachoeiro de Itapemirim

Cerimônia para diplomação de Ferraço e Juninho Corrêa será nesta quinta-feira (19)

Política

Anchieta

Anchieta: Léo Abrantes e Renato Lorencini serão diplomados nesta quarta, 18

Política

Mundo

Parlamento sul-coreano aprova impeachment do presidente Yoon Suk-yeol

Política

Cachoeiro de Itapemirim

Gustavo Moulin Costa será o Procurador-Geral de Cachoeiro na administração Ferraço

Política

Vitória/ES

Ferraço reforça importância do diálogo entre Estado e municípios

Política

Brasília/DF

Casagrande participa de nova reunião do Fórum de Governadores, em Brasília  

Política

Itapemirim

Tendo 2026 como meta, Paulinho de Graúna quer fortalecer nomes para busca de vaga na ALES

plugins premium WordPress