Fenômeno que fará a terra girar mais rápido nesta terça-feira (5) intriga cientistas

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Revista Galileu

Apenas no último mês de julho, três datas em que o dia teve menos milissegundos que o padrão foram registradas — Foto: NASA/Flickr

Nesta terça-feira, dia 5 agosto, a Terra vai girar mais rápido. Isso significa que teremos um dos dias mais curtos já registrados até hoje. A diferença será imperceptível, é verdade: 1,25 milissegundo a menos que o normal. Mesmo que isso não faça diferença no nosso cotidiano, o fenômeno (que não é um caso isolado) vêm intrigando cientistas sobre os motivos da Terra estar girando em maior velocidade.

m primeiro lugar, devemos lembrar que uma rotação não equivale a exatamente 24 horas. Na verdade, a velocidade da rotação da Terra varia a cada dia, muito por conta dos corpos celestes que nos rodeiam e causam efeitos gravitacionais em nosso planeta, como a Lua.

Porém, vamos considerar o tempo sideral, que mede o tempo de rotação da Terra a partir de estrelas “fixas” no céu. Segundo o site Las Cumbres Observatory, um dia sideral equivale a exatas 23 horas, 56 minutos e 4,1 segundos. Essa medição é mais precisa que o normalmente usado tempo solar, calculado pela posição do Sol e com o dia definido em 24 horas.

Por que a Terra está acelerando?

A distância entre a Terra e a Lua é de aproximadamente 384,4 mil quilômetros, e elas se afastam em cerca de 3,8 centímetros por ano — Foto: Reprodução/Pixabay
A distância entre a Terra e a Lua é de aproximadamente 384,4 mil quilômetros, e elas se afastam em cerca de 3,8 centímetros por ano — Foto: Reprodução/Pixabay

Durante 2025, outras duas datas foram identificadas como dias com durações próximas das mais curtas já registradas: 9 de julho (1,23 milissegundo a menos) e 22 de julho (1,36 milissegundo). Para a surpresa dos cientistas, entretanto, o dia 5 de julho contou com 1,66 milissegundo a menos que o padrão, fazendo esse ser o dia mais curto do ano.

A noção de que a Terra está girando mais rápido vai contra um histórico de décadas em que a tendência havia sido a desaceleração da rotação, que alongava em milissegundos a duração dos dias. O fenômeno acontecia principalmente pela interação gravitacional com a Lua, que está progressivamente se afastando da Terra a cada ano. Isso faz com que a energia rotacional da Terra seja transferida para a Lua, o que gera os dias mais longos.

A partir de 2020, esse padrão parece ter sido alterado, e os cientistas ainda buscam razões concretas que expliquem a aceleração do planeta. Uma possível também está associada à Lua: quando o satélite está mais distante do equador terrestre, sua influência na sobre a rotação da Terra é menor.

Desastres ambientais, como terremotos, e até eventos de mudanças climáticas, como derretimento de geleiras e a movimentação de águas subterrâneas, também podem influenciar a velocidade de rotação, mesmo que em pequena escala. A causa mais provável, como destaca o site Space.com, tem relação com a rotação mais lenta do núcleo líquido da Terra, que faria o restante do planeta girar mais rapidamente.

Segundos intercalares

Os motivos de não sentirmos a rotação da Terra estão associados à gravidade e à velocidade praticamente constante do planeta — Foto: Michael J. Slezak (JW)/Flickr
Os motivos de não sentirmos a rotação da Terra estão associados à gravidade e à velocidade praticamente constante do planeta — Foto: Michael J. Slezak (JW)/Flickr

Em casos que a Terra gira mais devagar, é necessário a adição do chamado “segundo intercalar” ao Tempo Universal Coordenado (UTC). Nada mais é que a correção de um segundo ao tempo internacional e oficial do mundo, usada para manter os relógios atômicos sincronizados com o planeta.

O padrão foi sempre adicionar esses segundos intercalares, com o início da ação em 1972. Desde lá, já foram adicionados 27 segundos intercalares no relógio do mundo. Em 2016, nenhum novo segundo passou a ser necessário, e caso a aceleração continue, algo nunca antes feito ocorrerá: a adição de um segundo intercalar negativo.

Estimativas de um estudo publicado na Nature dizem que a medida será necessária em 2029, mas cientistas consideram que dias mais curtos e surpreendentes podem ocorrer ainda este ano. Quem viver, verá.

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