Moradores de Itaoca e Itaipava estão revoltados com a falta de água nas torneiras nos balneários de Itapemirim, que já perdura por mais de quatro dias.
Com o aumento no fluxo de turistas, a situação chega a ser desesperadora, atingindo diretamente a todos – de moradores, comerciantes e prestadores de serviços e turistas, com os prejuízos já começando a serem sentidos. Muitos locadores de imóveis para temporada de verão estão tendo que devolver o dinheiro pago pelos aluguéis, pois os inquilinos não querem ficar sem água – “Muitas famílias já pediram o ressarcimento do dinheiro dos aluguéis e foram embora. Quem aguentaria ficar em um lugar, pagando pela estadia e não tendo água nas torneiras? Pagamos nossas contas de água em dia para podermos alugar o imóvel. Na hora que começa a temporada, não tem água. Quem irá arcar com nossos prejuízos?”, questionou revoltado um proprietário de imóvel de aluguel em Itaoca.
Nos bares e restaurantes, os proprietários estão tendo que usar da imaginação para lidar com a falta d’água – “Foi preciso trocar a utilização dos copos de vidro pelos de plásticos. Até para cozinhar e manter limpo as dependências dos estabelecimentos, está sendo complicado.
Há também os problemas enfrentados por cuidadores de idosos e mães atípicas, cujo a falta de água tem um peso ainda maior – “Precisamos da água para cuidados com a higiene pessoal dos assistidos. Estamos ter que recorrer a comprar água mineral, ao custo de até R$ 50 o galão de 20 litros. Muitas pessoas não têm condições de arcar com esta despesa”, afirmou Leonor Coimbra, cuidadora de uma idosa de 79 anos em Itaipava.
Até o momento o Saae, autarquia municipal responsável pelos serviços de captação, tratamento e distribuição de água, não se manifestou e nem mesmo indicou quando irá normalizar o serviço de distribuição da água nos balneários. Enquanto isto não se resolve, quem perde é o município como um todo, assistindo os prejuízos comerciais se avolumarem tomando proporções cada vez maiores. Infelizmente, um descaso tamanho, demonstrando a falta de investimentos na área de saneamento, há muito esperado.


