A partir dos 2 anos, é comum que a criança comece a se interessar mais pelo que acontece ao seu redor e a se distrair com maior facilidade. Isso afeta diretamente o momento das refeições, e pode levá-la a comer menos.
No desespero, um recurso muito usado é colocar os pequenos na frente das telas. Apesar de usual, o hábito deve ser evitado. “Além de perder a chance de interação com a família, eles deixam de respeitar sinais de saciedade porque estão distraídos”, afirma a nutricionista Mariana Dihl, do Laboratório de Avaliação Nutricional do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS). Embora pareça comer mais facilmente quando está assistindo a algo, a criança está, na verdade, se alimentando de forma automática. Isso pode gerar um desinteresse pela comida ou desembocar em uma tendência de comer excessivamente, ambos prejudiciais a longo prazo.
“A introdução alimentar é um processo de aprendizagem. Mais importante do que a criança comer e ingerir de fato, é ela viver a experiência com o alimento: sentir, pôr na boca, mastigar, cuspir, mexer, explorar e se acostumar com aqueles estímulos”, explica a nutricionista Maria Luiza Petty, da USP. (Leia mais no quadro Regras de Ouro da Introdução Alimentar).
Então, em vez de colocar o foco na quantidade, prefira estabelecer ritos para as refeições, criando ambientes tranquilos para que a criança esteja atenta e curiosa em relação ao que come. “É ideal que os momentos à mesa sejam neutros, incorporados à rotina”, diz Mauro Fisberg. Ou seja, além de dar o exemplo, comendo alimentos saudáveis que deseja que o seu filho coma, fale sobre o que está servido na mesa, a origem daqueles alimentos, seus benefícios.