Turismo de Eventos

Por Diego Ramon

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13/08/2017

Diego Ramon

Nesse espaço dedicaremos ao estudo do fenômeno turístico da região sul capixaba, com críticas e propostas de melhoria.

 

Turismo de Eventos

 

Aqui no litoral sul do Espírito Santo, muitos são os municípios que acreditam estarem fazendo o chamado "turismo de eventos", trazendo shows e festividades diversas. Mas será que estão fazendo certo?

 

Primeiramente devemos conceituar o que é "atividade turística", que segundo o Ministério do Turismo, trata-se oferta de serviços, equipamentos e produtos que viabilizam o deslocamento e a estada do turista e também na realização do negócio ou do evento como atrativo. Diante desse conceito já podemos eliminar vários eventos da nossa região, pois não geram atividade turística, ou seja, não é atrativo para justificar o deslocamento e estada do turista. E quando é, acaba não gerando fluxo turístico que justifique o gasto empenhando no evento, gasto esse muitas das vezes patrocinado com dinheiro público.

 

Nesse contexto me lembro de um caso concreto, no qual o presidente de uma associação de bairro disse que seu evento, que, aliás, não gera fluxo turístico para a localidade, custou uma média de MEIO MILHÃO e que o retorno para sua associação foi de apenas R$ 12.000,00 (doze mil reais). Logicamente que esse MEIO MILHÃO não foi dinheiro da sua associação ou um patrocínio privado, foi dinheiro público mal investido, pois quem, em sã consciência, investiria MEIO MILHÃO para lucrar apenas R$ 12.000,00, ou seja, menos de 2,5%. Nesse caso se deixássemos esse dinheiro na poupança lucraríamos bem mais.

 

São exemplos dessa magnitude que rebaixam atividade turística em nossa região. O turismo precisa ser pensando e encarado como uma verdadeira fonte de renda para os municípios da região sul capixaba, focar todas as atenções em royalties de petróleo ou mineração, ou ainda esperar que um empreendimento portuário possa vir e ser mais uma salvação para nossa economia é, no mínimo, subestimar novamente o Turismo, que atuando concomitante com essas atividades econômicas se tornará um ponto de apoio para possíveis quedas de receitas dessas atividades, mantendo forte a economia municipal.

Existem bons exemplos de turismo de eventos, a título de ilustração podemos citar o “Congresso Nacional de Procuradores” que aconteceu em Brasília no ano de 2015 e teve um impacto econômico de mais de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões) de reais. Com um público estimado de 1.000 (mil) participantes para 4 (quatro) dias de congresso. Logicamente que para receber um evento desse porte, a cidade precisa se estruturar, ou seja, precisa ter, basicamente, bons meios de hospedagem, restaurantes, espaço para convenções, entre outros.

 

Sabemos que nossa realidade ainda está aquém de almejar um evento dessa grandeza, contudo devemos sim cobrar do setor público mais políticas públicas e investimentos que faça nosso Turismo caminhar por trilhos mais confiáveis, e assim também receber apoio da iniciativa privada para enfim essa atividade mostrar todo seu potencial econômico.

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