É Natal.
Mas não tem clima de Natal.
Faltam meias nas árvores. Faltam pessoas à mesa.
Faltam sapatinhos nas janelas.
Noel, idoso, confinado.As renas sem serviço vagam, vagas.
Não terá o Champagne Cristal.
No máximo uma Sidra guardada em algum local da dispensa.
Não veremos O Quebra Nozes.
Não contaremos Noite Feliz e nem há porque.
Faltam sorrisos, e se esses estiverem a postos estarão encobertos por máscaras,sobrando o olhar repleto de medos.
Medo sobra no ano que finda.E não dá pra fazer baínha no medo, né?
O ano se foi e deixou o medo pra gente não esquecer de lembrar…
Medo das perdas, da pandemia, do emprego pausado, da fome.Quando será o play, menino Deus?
Passou rápido.
Um ano pra não se esquecer de lembrar.
Lembrar que somos iguais independente de profissões ou classe social, cor e religiões.
Lembrar que as profissões que importam estão ligadas à vida.
Seja médico, agricultor, caminhoneiro,farmacêutico ou feirante.
Lembrar que muita gente morreu com muito dinheiro no banco e muita gente viveu sem dinheiro algum e com ajuda de amigos.
Lembrar que podemos surtar numa pandemia ou fora dela e ir ao psiquiatra sem ser chamado de louco.
Lembrar que fecharam as casas do menino Deus e saber que ele…Opa!
Ele não teve casa!
O filho do Homem não teve onde repousar a cabeça e é Rei.Rei sem Palácio.
Lembrar que a única que teve um Rei na barriga era humilde de "marré-de-ci".
Tanta coisa pra aprender e aprender de não esquecer de 2020.
Um ano pra não esquecer de lembrar.
Venha 2021, com toda a magnitude da ciência, nos tirar as máscaras.
Inclusive as sociais!
Inclusive as sociais!