Passou rápido, né?

Por Zuzu Fontes

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24/12/2020

Zuzu Fontes

É Natal.
Mas não tem clima de Natal.
Faltam meias nas árvores. Faltam pessoas à mesa. 
Faltam sapatinhos nas janelas.
Noel, idoso, confinado.As renas sem serviço vagam, vagas.
Não terá o Champagne Cristal.
No máximo uma Sidra guardada em algum local da dispensa.
Não veremos O Quebra Nozes.
Não contaremos Noite Feliz e nem há porque. 
Faltam sorrisos, e se esses estiverem a postos estarão encobertos por máscaras,sobrando o olhar repleto de medos.
Medo sobra no ano que finda.E não dá pra fazer baínha no medo, né?

 O ano se foi e deixou o medo pra gente não esquecer de lembrar…
Medo das perdas, da  pandemia, do emprego pausado, da fome.Quando será o play, menino Deus?
Passou rápido. 
Um ano pra não se esquecer de lembrar.
Lembrar que somos iguais independente de profissões ou classe social, cor e religiões. 
Lembrar que as profissões que importam estão ligadas à vida.
Seja médico, agricultor, caminhoneiro,farmacêutico ou feirante. 
Lembrar que muita gente morreu com muito dinheiro no banco e muita gente viveu sem dinheiro algum e com ajuda de amigos. 
Lembrar que podemos surtar numa pandemia ou fora dela e ir ao psiquiatra sem ser chamado de louco.
Lembrar que fecharam as casas do menino Deus e saber que ele…Opa!
Ele não teve casa!
O filho do Homem não teve onde repousar a cabeça e é Rei.Rei sem Palácio. 
Lembrar que a única que teve um Rei na barriga era humilde de "marré-de-ci".
Tanta coisa pra aprender  e aprender de não esquecer de 2020.
Um ano pra não esquecer de lembrar.

Venha 2021, com toda a magnitude da ciência, nos tirar as máscaras. 
Inclusive as sociais!
Inclusive as sociais!

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