Com pouco mais de um mês no comando do município, a nova administração de Itapemirim já dá sinais de ruptura entre os grupos que a conduz.
Diante do afastamento do prefeito Dr. Antônio Rocha (PP), em virtude de um problema de saúde que o afastará por 14 dias do cargo por recomendação médica, o comando passa para as mãos do vice, Fábio Dagata (PSB).
O que deveria ser uma transição tranquila, cumprindo estritamente as determinações funcionais e institucionais, parece que tomará rumos traumáticos, que certamente evidenciará a cisão entre os grupos.
Corre nos bastidores que Dagata quer ‘limpar’ nomeações feitas pelo titular, tirando dos cargos, principalmente os nomes mais influentes indicados por Dr. Antônio e colocando os seus.
Tentamos contato com Fábio Dagata para saber dele o que realmente se passa, mas, até o fechamento deste artigo, não conseguimos retorno.
Hipótese ou Certeza
Este perfil de Dagata foi devidamente ocultado durante a campanha, primeiro em 2020, quando das eleições disputada contra o ex-prefeito Thiago Peçanha e depois, em julho de 2022, na disputa das eleições suplementares, desta feita contra o prefeito interino, Zé Lima.
Nas duas oportunidades anteriores, Dagata se colocava como fiel companheiro de chapa e, como o próprio Dr. Antônio dizia e repetia exaustivamente, foi “Deus que lhe ofereceu o vice ideal, perfeito”, classificado como companheiro fiel e pronto para os desafios que teriam pela frente.
Contudo, Dr. Antônio não imaginava que esta nova faceta de seu ‘companheiro’ viesse a se revelar na primeira oportunidade apresentada.
Seduzido com a possibilidade de ocupar o posto, Dagata quer logo tomar para si o controle do município, com pretensão de usar todos os artifícios para permanecer no cargo.
Seria a segunda traição?
Caso confirmada, esta seria a segunda traição sofrida por Dr. Antônio Rocha. A primeira aconteceu com o protagonismo do próprio Zé Lima, que ainda como vereador foi alçado presidente da Câmara, com apoio de Dr. Antônio, já vislumbrando a queda anunciada de Thiago Peçanha.
Na presidência da Câmara, Zé Lima assumiria interinamente o município com o compromisso de conduzir o município até as eleições suplementares, que seria marcada pelo TRE. No entanto, ao contrário disso, Lima se rebelou e, assim que assumiu a Prefeitura se colocou como candidato na disputa contra o próprio Dr. Antônio.
Agora, o novo golpe virou assunto nas redes sociais e nas ruas e esquinas do município.
Até a tradicional oposição ao titular condena a suposta postura de Dagata, que estaria se aproveitando de uma fragilidade imposta por um problema de saúde que acometeu Dr. Antônio para se locupletar do poder.
Isto tudo, até o momento, é apenas conjectura, pois não temos a confirmação vinda de Dagata. Quero crer que tudo não passe de "intrigas da oposição" ou até de "fogo amigo", porém, é sempre bom lembrar uma das máximas dita certa vez por Leonel Brizola – “A política convive, desde sempre, com a traição, mas não perdoa os traidores”.
Agora, só podemos aguardar para ver o desenrolar desta, que, caso se confirme, pode se tornar mais uma vergonha na história da política de Itapemirim.
A semana que se inicia, promete.