A atividade turística nas lagoas de Marataízes e Itapemirim é algo subestimado, ou seja, algo que poderia gerar muito mais receita do que gera hoje.
A Lagoa do Siri é um dos atrativos turísticos mais conhecidos de toda a região sul de nosso estado. Com uma beleza rara, ilustra o equilíbrio da natureza, com a lagoa margeando o mar e, quando necessário, desembocando suas águas nele. Todavia o turismo que vemos por lá é o chamado “turismo de massa”, sem definições de capacidade de carga e com um forte impacto ambiental. O poder público se faz pouco presente nas questões normativas de utilização de uma área pública em benefício privado dos bares e quiosques que a rodeiam, bem como na otimização da atividade turística, seja na organização e/ou criação de equipamentos para o incremento do turismo.
Por outro lado a iniciativa privada, que explora turisticamente a Lagoa do Siri, poderia organizar-se melhor para usufruir de maneira mais sustentável desse atrativo turístico. Uma sustentabilidade pautada nos pilares ambiental, social e econômico, trazendo mais receita por mais tempo e em condições melhores para todos os envolvidos.
Nessa esteira, mas no município de Itapemirim, temos a Lagoa de Guanandy, que é uma área de proteção ambiental (APP) todavia, frequentemente, é tomada por plantas aquáticas que sinalizam a presença de esgoto em suas águas.
Já a Lagoa Azul, propriedade particular, situada também no município de Itapemirim, continua atraindo turistas e sendo uma boa referência de equipamento turístico para a região.
Há de se ressaltar o anúncio da obra pública que pretende revitalizar a Lagoa do Meio de Marataízes, lagoa situada na área urbana, que, conforme foi anunciado, passará por diversas intervenções, objetivando a melhoria do turismo, lazer e prática esportiva.
Ainda sem conhecer o real projeto turístico da Lagoa do Meio, espera-se que contemple, concomitantemente, um parque municipal, referenciando, por exemplo, o Parque da Lagoa, em João Pessoa-PB. Ou seja, um espaço social e multicultural, que seja primeiro pensado para o munícipe, para assim ser um ambiente turístico que envolva socialmente a rotina do marataizense. Pois um ponto forte para uma boa atividade turística é justamente esse envolvimento do turista com a rotina e cultura da cidade.
O turismo ainda é ventilado de maneira superficial na região sul litorânea do Espirito Santo, algumas decisões precisam ser tomadas, como, por exemplo, a confecção de um plano municipal de turismo, sendo um norte necessário para otimizar essa importante atividade econômica.