Divertidos momentos que fazem pensar a cada copa com a constatação de um profissionalismo maior e aperfeiçoamento de um sistema de apostas de amplo alcance. Antes os países sul-americanos se destacavam com talentos individuais contra a força de conjunto dos times europeus.
Nas últimas copas, os times preferiram as escolas de toques rápidos e conjuntos engessados por jogadas ensaiadas aos talentos individuais com convocações interessadas, salvo raras exceções, em valorizar os passes dos jogadores.
Um evento esportivo sempre nos traz aprendizados importantes. Saber ganhar e saber perder são os mais fundamentais. Aprender com os erros, após admiti-los é essencial. O comportamento dos uruguaios e sérvios diante das frustrações das derrotas merecem reflexão. Assim como japoneses e coreanos, alemães e belgas que não acreditavam que ganhar ou perder nem sempre significam alcançar objetivos.
A derrota dos catares no primeiro jogo, foi uma lição de esportividade dos anfitriões. Os gols de Richarlisson e os dribles e passes memoráveis de Neymar e Messi são diferenciados. A eliminação de Camarões, mesmo ganhando do Brasil, não ofusca a comemoração do gol redentor que levou o jogador a tirar a camisa e receber cartão vermelho após o segundo amarelo. Copa inesquecível para os africanos.
A copa do Catar foi recheada de cartões, amarelos e vermelhos, que além de acarretar multas e despesas aos participantes, também revertem em favor da FIFA.
Algo precisa mudar no seu sistema de punições, visto que, antigamente, o jogador evitava a vergonha da punição, mas atualmente não paga e nem se importa com o ato.
As faltas são usadas em geral como um tipo de instrumento tático, seja para ganhar tempo ou para parar jogadas promissoras dos adversários.
O gelo no sangue de Hakimi fez com que o coração de cada marroquino, por um momento, parasse, seguido de um grito orgulhoso e aliviante, por terem eliminado um legítimo candidato ao título. A goleada de Portugal sem Cristiano Ronaldo, no qual vem estado muito insatisfeito com alguns tópicos em relação ao treinador português, trouxeram reflexões sobre a prevalência do conjunto sobre os respectivos talentos individuais de cada time.
Nas oitavas de final não existem diferenças gritantes ou times fracos entre os competidores. Nas quartas de final não existem times ingênuos ou treinadores desavisados. Nas semi-finais, as verdadeiras estrelas aparecem, e como não falar sobre um possível Brasil x Argentina para colocar frente a frente dois dos melhores jogadores em atividade. E com isso, o jogo maior se descortina na final e vence o que melhor aproveita as oportunidades ou explora as fraquezas do adversário, pois tudo pode acontecer em apenas uma partida de futebol.
As comemorações de gols e vitórias com as tradicionais “dancinhas” podem divertir a torcida e/ou irritar os adversários, como, por exemplo, o caso do ex-jogador inglês Roy Keane, que publicamente repudiou os rituais característicos da seleção brasileira. Dependendo de seu direcionamento ou intensidade, ver os jogadores homenageando seus deuses com a tolerância da torcida adversária também deve ser considerada como reflexo da prática esportiva salutar.
As participações de juízes mais preparados e as intervenções do VAR são fundamentais para evitar as injustiças que marcaram os eventos anteriores, em casos que decidiram até mesmo o título mundial.
A copa de 2022 no Catar, até o momento, é um apanhado de surpresas divertidas, visto que a quantidade de “zebras” vem surpreendendo, tal como as derrotas de Espanha e Alemanha para a inferior — pelo menos no papel— seleção japonesa, fazendo com que o fã do esporte não desgrude do televisor a cada capítulo dessa nova história