Essa tragédia poderia ser evitada?

Por José Rubens Brumana

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13/02/2020

José Rubens Brumana

Há 78 anos atrás, no dia 18 de dezembro de 1942, aconteceu uma tragédia em Iconha.

Naquela época, não teve vítimas. Os quantitativos de residências ainda eram poucas, evitando perdas humanas.

 

Mas, o que aconteceu de políticas públicas para evitar essas tragédias? Nada. O que dizer do serviço de metodologia do Estado, que não previne catástrofes meteorológicas. Trombas d'água nas cabeceiras são previstos e não foram dimensionadas para evacuar moradores das áreas de risco.

 

Um ponto em comum nessas catástrofes é a presença dos rios nas comunidades envolvidas: Iconha, Vargem Alta e Alfredo Chaves e Cachoeiro de Itapemirim. Rios tornaram córregos canalizados. Tratar das questões ecológicas não são prioridade política dos governantes. Saber lidar com as intempéries. Tratar os assoreamentos dos rios. Replantar matas ciliares. Evitar construções próximas das margens dos mananciais. Estas são medidas necessárias para que as catástrofes não se repitam.

 

Engenheiros, arquitetos e outros profissionais, deverão ser convocados para conceber políticas urbanísticas para evitar inundações. Temos tecnologias para isso. Devemos mirar no passado para que não se repitam erros no futuro.

 

  

Fotos do acervo de Paulo Barreto.

 

AS ENCHENTES PODEM SER EVITADAS.

O maior município do Sul do Estado, Cachoeiro do Itapemirim, foi duramente impactado por enchentes ao longo de sua história. Em 1907, 1932, 1938 aconteceram enchentes que marcaram dramaticamente o município. A de 1938, foi a maior desse período.

 

O que os governantes fizeram para evitar as enchentes do rio Itapemirim? Nenhuma ação efetiva. A cidade cresceu com residências e prédio, beirando o manancial, com a aprovação dos poderes públicos. Conivência e voto. Tudo que os políticos desejam.

 

Em 2010, e 2013, enchentes trouxeram devastação na Capital Secreta. Como mostrei em Iconha, e poderia mostrar em outros municípios, ações efetivas para evitar catástrofes, usando tecnologias urbanísticas e ambientais, vastamente conhecidas no mundo civilizado, não estão nos programas de governos. Enquanto isso, presenciamos catástrofes ambientais acontecerem periodicamente, para o desespero de uma população indefesa. Quem viver verá.

 

Fotos dos arquivos de Higner Mansur e Fábio Pirajá .

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