No sábado, acordar bem cedo, tomar um café reforçado, varrer a casa, passar um pano no chão, lavar o banheiro, varrer o quintal. Ainda antes das 9h da manhã, pegar a raquete de beach tennis e caminhar dois quilômetros até a arena, onde depois de participar e vencer o torneio daquele dia, regado a cervejinhas e tira-gostos, voltar para casa, tomar um banho e já partir para casa de algum amigo para um churrasco com a turma e terminar a noite num forró, dançando com a mulherada. Só chegando em casa com o sol despontando no horizonte cor de laranja, após muitos beijos e amassos com uma ficante linda, mas um tanto atiradinha.
Como é bom pensar essas coisas enquanto se está acomodado, debaixo de um cobertor quentinho, sem ter a necessidade de levantar um músculo para realizar essas atividades, apenas pensar e divagar sobre essas possiblidades distantes da minha realidade.
Poderia até ser um sábado perfeito, mesclando atividades produtivas em casa, a prática esportiva (mesmo que eu nunca tenha jogado beach tennis), a diversão e o romance.
Porém, prefiro dormir até mais tarde, levantar para comer alguma coisa no almoço, assistir TV, dormir mais um pouco, pedir uma pizza ou um lanche à noite e terminar assistindo basquete norte americano ou qualquer programação aleatória na televisão até pegar no sono novamente. Esse é meu sábado perfeito.
Mas, irão dizer em tom catastrófico e ameaçador:
— Você precisa aproveitar a vida! Você precisa sair de sua zona de conforto!
Calma, nobre sujeito melodramático.
Não tenho problema nenhum em viver na zona de conforto, inclusive, se é confortável, é lá que quero ficar. E quanto a aproveitar a vida, ficar em casa sem fazer nada não estará me fazendo desaproveitar a vida, apenas vivendo um pouco mais tirando boas sonecas, comendo pizza ou lanche e assistindo TV.
É claro que vou sair de casa, é claro que vou ter meus momentos de diversão, trabalho, atividades físicas e romance. Mas tudo tem seu tempo, e sua constância vai depender de minha disposição pessoal.
O que não dá, é ter que realizar qualquer que seja a atividade de maneira forçada. Porque outras pessoas fazem essas atividades e “aproveitam a vida”, também tenho que me obrigar a fazer.
Pois, cada um tem seu ritmo, seus gostos e suas pré-disposições. A melhor maneira de viver a vida é da maneira que a vivemos melhor.
E enquanto outros saem para as baladas, festas e reuniões, procurando desesperados curtirem a vida adoidado, prefiro ficar em casa, tranquilo e de boas, curtindo a vida acomodado.