Essa é uma pergunta que em outros anos seria relativamente fácil de se responder, hoje é um tema penoso e inconclusivo para grande parte do público.
Considerando que para o evento de réveillon sempre há uma grande procura por cidades litorâneas do sul capixaba, as quais, além de já contarem com atrativos turísticos naturais (praias), realizam eventos públicos e privados com shows pirotécnicos e musicais. Essa combinação acaba por atrair sempre um grande público e as cidades litorâneas chegam a ultrapassar sua capacidade de carga, ou seja, a população fica maior do que a cidade pode comportar. Assim, invariavelmente, existe, por exemplo, uma superlotação nos meios de hospedagem, restaurantes, e ainda o atendimento precário dos serviços públicos, como coleta de lixo e atendimento médico.
Essa superlotação, por si só já é algo danoso a esses destinos turísticos, entretanto é preciso considerar as restrições oriundas da pandemia COVID-19, mais precisamente os protocolos de distanciamento social e controle sanitário. Assim torna-se impensável construir eventos públicos ou privados que culminem em aglomerações de pessoas.
Neste sentido a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, que possui um dos eventos de réveillon mais famosos do mundo, já informou que o referido evento, nesse ano, não terá público. A Riotur, autarquia municipal encarregada pela execução da política de turismo traçada pela administração municipal, informou que o espetáculo pirotécnico de cerca de 20 minutos será mantido, e que o evento contará ainda com 06 (seis) palcos com atrações musicais, distribuídos por pontos turísticos emblemáticos, mas o público não terá acesso, as apresentações serão, exclusivamente, transmitidas em plataformas digitais, como o Youtube.
A referida ação é um bom exemplo a seguir, visto que é possível mensurar uma preocupação no contínuo atendimento aos protocolos de combate a pandemia COVID-19, todavia existe também o planejamento pela retomada da atividade turística. Pois um evento como o réveillon, em uma cidade turística, é sempre muito aguardado pelo trade turístico (meios de hospedagem, bares, restaurantes, transporte, padarias, entre outros) e movimenta consideravelmente a economia local.
Todavia, assim como foi feito no Rio de Janeiro, é preciso agir antecipadamente e manter o potencial público informado do tipo de evento que encontrará, caso escolha determinado destino.
Já estamos no mês de novembro, e muitas cidades do litoral sul capixaba ainda não divulgaram se haverá ou não shows na virada de ano. Até mesmo no debate político essa questão não está sendo pautada. A simples desconsideração desse planejamento de adequação dos eventos aos novos protocolos sanitários, podem acarretar em aumento de contaminação pelo COVID-19, colapso do sistema público de saúde, entre outros.
Mais uma vez o setor de Turismo terá que mostrar sua profissionalização para continuar sendo um importante vetor da economia de diversas cidades.