Aí é só pegar um dia de sol e deixar ela secar. Não é preciso deixar torrar, em um ou dois dias ela fica marronzinha e a cambira está pronta, pode ser consumida. É dessalgar – ferver trocando de água umas duas ou três vezes, fritar ou grelhar e comer com o que preferir, mas eu não sei de nada melhor do que um pirão de água. Ah, não sabem o que é pirão de água? É só ferver água, colocar farinha de mandioca no prato, despejar a água quente em cima e misturar. Aí é juntar a cambira, fechar a porta e comer.
Faça um molho de limão com pimenta, mais ardida ou menos ardida, como preferir, e regue a cambira.
Já o caldo de tainha é feito como os outros caldos de peixe. Minha mãe ensinou assim: pique alguns tomates, sem pele e sem sementes ou como preferir. Refogue cebola e alho bem picados com manjericão ou alfavaca (não pode faltar, é condição sine qua non), acrescente o tomate e outros temperos verdes, a gosto, coloque água o suficiente para a quantidade de peixe que vai cozinhar e não esqueça o sal. Eu não ligo para a cor, mas para quem gosta, pode usar colorau ou massa de tomate. Fervendo o caldo, coloque a tainha cortada em postas e temperada anteriormente com limão, sal e manjericão. Não deixe cozinhar muito, para o peixe não se desmanchar. Já dá pra fazer o pirão com o caldo e farinha de mandioca e comer com o peixe cozido, que está uma delícia. Não é fácil?
Jaraguá, Corupá e redondezas têm o privilégio de ficar relativamente perto de São Francisco, Barra Velha, Barra do Sul, o que possibilita a tainha fresquinha no inverno. Isso é um privilégio.