CIÊNCIA E FÉ

Por José Amaral Filho

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03/04/2020

José Amaral Filho

Capela da Penha

No ano de 1873 a então vila de Benevente, atual Anchieta passou por uma dramática experiência: uma epidemia de varíola castigou a população local. Essa epidemia foi duramente contida apenas dez anos após seu início, em 1883. Nesse período vários esforços foram alçados, tanto pelas autoridades governamentais quanto pela população, cada um a sua maneira.

Por parte do governo, teve início campanhas de vacinação. A dificuldade de acesso a determinados locais devido a inexistência de estradas para alcançar as populações mais isoladas, principalmente os descendentes dos indígenas, aliada a insalubridade da vila – falta de redes de esgoto, de cemitério público agravava a situação.

Na ânsia por uma solução que não chegava, a população recorre a fé em Nossa Senhora da Penha, para a qual faz a promessa de erguer em sua honra uma capela, com o intuito de que cesse o surto. Em 1883 a capela fica pronta e as atividades religiosas passam a ser realizadas nela em detrimento da antiga Igreja de Nossa Senhora da Assunção, onde também eram sepultados os mortos no cemitério anexo, o que podia fazer com que os seus freqüentadores fossem infectados.

Com a transferência das atividades religiosas a epidemia é contida. Para a população católica teria sido uma graça alcançada pela promessa a Nossa Senhora da Penha. Para a Ciência, uma questão de salubridade, pois a área da nova capela não estava infectada pela doença presente nos corpos sepultados.

Graças a Ciência ou a Virgem da Penha a população se livrou de todo o mal.

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