Sim é possível que uma das cidades do litoral sul capixaba, um dia, possa ter a possibilidade de pleitear esse título. Não sendo apenas uma especulação, mas sim um conjunto de fatores que convertem naturalmente para essa identidade.
Historicamente as cidades litorâneas do sul capixaba atraem um público de turistas conhecidos como campistas, ou seja, turistas que optam pela hospedagem em barracas, trailers e motorhomes. O campista, invariavelmente, é um turista com uma consciência ambiental mais aguçada, visto sua preferência em estar mais próximo da natureza ao conforto de um hotel, como também de considerar mais uma vida simples às inúmeras possibilidades de uma grande metrópole.
O litoral sul capixaba possui, em seus municípios, características naturais que agradam os campistas, como a vida ainda bucólica e belas paisagens. Outro importante fator é a localização privilegiada, tendo em vista que um dos principais roteiros para quem quer, por exemplo, viajar de motorhome pelo Brasil, é o de cruzar todo o litoral brasileiro.
Agora para atrair efetivamente esse público, além das características naturais já mencionadas, o município precisa ser um “ponto de parada”, que em resumo, é um local que dispõe de água, energia e coleta de resíduos químicos. Em termos públicos é bem raro um município brasileiro que se dispôs a elaborar uma política pública de turismo, específica para o campismo. Ao contrário disso, a Itália, por exemplo, possui vários desses pontos, conhecidos como “área equipada”, uma área pública reservada para o estacionamento de trailer (motorhome), com limite de tempo que varia entre 48 e 72 horas, ou seja, entre 2 e 3 dias.
A atração desse tipo de turista, além de diversificar o produto turístico local, pode se tornar uma importante ferramenta gratuita de marketing do destino turístico. Visto que muitos desses turistas que viajam em motorhomes e trailers repassam informações de bons “pontos de parada” a outros viajantes, além de divulgarem suas viagens através de suas redes sociais e canais no youtube.
Outro ponto importante é que esse tipo de turismo tem crescido muito durante a pandemia COVID-19, pois é uma maneira de continuar viajando e conseguindo cumprir os protocolos de combate ao vírus, dependendo de pouco estrutura externa.
Enfim, é mais uma oportunidade, é mais um caminho, é mais uma opção de captação de turistas, mas é preciso estudar, planejar, legislar e executar. O turismo precisa estar pronto para retomar sua força e ser novamente um dos pilares econômicos do litoral sul capixaba.