As favelas e periferias brasileiras são recuperáveis  

Por Júlio César Cardoso

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21/11/2021

Júlio César Cardoso

Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú - SC

Ex-favelado que dormia em uma banheira de plástico quando bebê, Edu Lyra, fundador do Instituto Gerando Falcões, está à frente de um novo projeto-piloto para tentar atender a maior parte das necessidades de uma favela em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.  

Ao custo de R$ 42 milhões financiados por empresas e em parceria com o governo de São Paulo, o objetivo é tentar atender 100% das necessidades e criar parâmetros e tecnologia para espalhar a iniciativa a outras favelas brasileiras.  

Entre os eixos constam moradia, acesso à saúde, geração de renda, autonomia da mulher, educação e apoio à primeira infância, cidadania e cultura de paz. Fonte: FOLHAPRESS.  

Os representantes políticos nacionais — que se elegem e pouco fazem para minimizar as desigualdades sociais, concentrando as suas atividades em politicagem e em defesa de interesses partidários, particulares e de grupos representativos — deviam ler com atenção o artigo “Marcola e Beira-mar são talentos que perdemos, diz favelado”, pois hoje existe um grande distanciamento das políticas públicas sociais da realidade brasileira.  

  

O Brasil seria outro país, de respeito social e de reconhecimento internacional, se os nossos políticos e governantes fossem mais atuantes e responsáveis com vistas à erradicação da miséria e das desigualdades.   

  

Mas infelizmente, os nossos políticos e governantes fingem conhecer, ou se conhecem são negligentes, a verdadeira face sombria da sociedade brasileira deserdada e só se preocupam com ela em períodos eleitorais.   

  

Depois de eleitos, os políticos e governantes viram as costas para os eleitores mais carentes, esquecem as suas obrigações e vão cuidar exclusivamente de seus inconfessáveis interesses solertes, praticando um mandato político medíocre e irresponsável.   

  

Soluções existem para nosso país, desde os seus políticos e governantes tenha dignidade e exerçam as suas atividades com lealdade, responsabilidade e ouçam também aqueles que apresentam alternativas positivas ao país.  

  

Entra governo e sai governo, renova-se o Parlamento, mas os problemas de ordens sociais, educacionais, de saúde, segurança etc. continuam sendo combatidos de forma letárgica. E a classe política não se envergonha de tudo disso.  

  

A verdade é que falta interesse de políticos e governantes em restaurar o Brasil. Tirar o país dessa inércia desenvolvimentista. Fazer reformas estruturais para que todas as classes sociais sejam beneficiadas com políticas públicas inclusivas. Para que as favelas e outras periferias sejam olhadas, com a responsabilidade do poder público, como integrantes do contexto social brasileiro.  

  

É inadmissível, por exemplo, que professores ou professoras ganhem salários aviltantes diante de sua responsabilidade em ensinar aqueles que serão os futuros políticos, médicos, cientistas etc., enquanto qualquer político em desempenho de mandato aufere salários muito superiores.  

  

O texto — Marcola e Beira-mar são talentos que perdemos, diz favelado — é bastante didático para a classe política refletir o país.  

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