A velha guarda, eu não

Por Basílio Machado

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07/04/2020

Basílio Machado

Jornalista, Professor e Membro da Academia Cachoeirense de Letras

Ia falar da história da lagosta, mas ficará pra outra ocasião. Hoje é “Dia do Jornalista”. São muitas as pessoas que gostaria de homenagear, gente que contribuiu e continua contribuindo para manter informada a população de nossa região. Contudo, vou me prender àqueles com os quais convivi nas redações, seja na Folha, no Diário, na Diocesana, na Revista Rochas ou nos periódico dos quais fui colaborador. 

Nesse time da velha-guarda jogaram Rossine do Amaral, Vanessa Vilarinho, Sérgio Neves, Wagner Santos, Roney Moraes, Tiago Rocha, Sandra Castro Alves, Robson Sabadini, Romulo Felipe, Toninho Rádio Globo, Ana Maria, Iosadara Cunha, Willian Lima, Ilauro Oliveira, Regina Monteiro, Sérgio Ricardo, André Luíz, Mauri Cardoso, Jackson Rangel, Alessandro de Paula, Bruno Garchagen, Anete Lacerda, Célia Ferreira, Patrícia Bravin, Rosângela Venturi, Denise Vieira, Parraro Sherrer, Ancelmo Sacandian,  Ainton Weller, Ricardo Leandro e André Ferrari. Leandro Moreira e Wanderson Amorin, apesar de bem cascudos, são mais recentes. Certamente, deixei alguns para trás. Peço desculpas.

Não menos importante, nesse período que envolve o início dos jornais diários por aqui tivemos alguns repórteres fotográficos (sim, existia) que fizeram história, como Wbauer e Paulo Castro, além de Pedro Júnior, com seu humor peculiar. Os repórteres e cinegrafistas da TV Gazeta são muitos. Daria pra encher essa página. Ficam representados por Rômulo Gonçalves e Cristina Rangel.

Abro um parêntese para Estelemar Martins (Correio do Sul), Joel Pinto (A Boca) e José Paineiras (O Brado), pois comandaram jornais que resistiram ainda por um tempo à sanha dos diários, que chegaram de forma avassaladora. Assim como os sites de notícias fazem hoje, derrubando os impressos mundo afora.

Vivemos numa era onde conceitos caem feito cartas embaralhadas, num jogo que está longe de ser definido. Fala-se em velocidade da informação, como se a imprensa fosse um Deus, necessitando de ser onipresente e onisciente. O leitor está preso a um celular, não há mais limite do que seja falso ou verdadeiro, tampouco daquilo que seja notícia. Vale tudo pelo “número de acessos”.

Sinceramente, não creio que esse modelo vá perdurar. A humanidade está sempre procurando novos caminhos. Algo diferente vai surgir e dar um freio de arrumação nessa nobre casa onde vive a informação. Pode até ser saudosismo, mas sinto falta daqueles embates entre Folha e Diário (depois Fato e Folha), um procurando furar o outro, ir mais fundo nas abordagens e apurações, chegar primeiro na fonte.

Havia uma guerra fraticida, onde o leitor era brindado com matérias abrangentes e críticas ácidas ao status quo local, ao governador, ao prefeito, ao vereador, enfim, ao sistema, seja lá qual fosse. Nessa toada, nem tenho conta de quantas investigações tocadas pelos jornais diários deixaram para trás a própria polícia. Sinto falta disso. E acho que não estou só.

Por fim, àqueles que citei, e aos que não citei, que corriam ou ainda correm literalmente de gravador e máquina fotográfica na mão(agora celular) em busca da notícia, meus mais sinceros aplausos. Vocês escrevem a história da nossa gente, da nossa cidade, do nosso Estado. Se estivesse num camarote, diria: Bravo! Bravo!

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