Muitos candidatos estão tendo dificuldades em estabelecerem uma comunicação direta com a população.
Isto é claramente notado a partir da falta de empatia dos eleitores com algumas candidaturas colocadas, quase sempre sem a adesão esperada.
O comportamento observado do eleitorado passa a ideia de que duas variáveis estão sendo marcantes: ou os eleitores estão simplesmente desinteressados com a política ou já definiram em quem irão votar.
As pesquisas eleitorais têm demonstrado esse perfil, apontando que 80 % dos eleitores já definiram seus votos e não mais mudarão, enquanto uma outra parcela menos expressiva ainda diz que pode mudar o voto.
Pela região Sul do Espírito Santo, onde O JORNAL tem acompanhado mais de perto este movimento, há uma percepção de que as candidaturas regionais estão mais fortes dessa vez, com muitos eleitores expressando a tendência de votos locais, diferente de outras eleições, onde candidatos de outras plagas captavam, e muito, os votos do eleitorado sulino.
Há, é claro, a interferência direta dos chefes dos executivos, que sofrem pressão vindas de cima, principalmente de nomes que concorrem à reeleição, além de interferência direta das forças palacianas. Natural, pois em ambas, o comprometimento com a gestão local amarra esses compromissos.
Por outro lado, livre, na maioria das vezes deste tipo de jogo, vice-prefeitos e vereadores estão se lançando com muito empenho na defesa de candidaturas de nomes da própria região, entendendo, assim como os eleitores, que há uma grande necessidade de mudar a configuração da Assembleia, há anos majoritariamente composta por deputados da Região Metropolitana e da Região Norte do Estado.
A disparidade entre Sul e estas outras duas regiões em relação aos assentos no parlamento capixaba é enorme.
Dos 78 municípios capixabas, 27 estão no Sul do Estado, o que representa um percentual de 35% do total.
A Assembleia conta com 30 deputados, sendo que destes, apenas cinco são oriundos do Sul, uma conta hiperdesfavorável, já que proporcionalmente aos municípios, essa representatividade não alcança nem 15% das cadeiras, quando dentro da proporcionalidade esse número deveria ser de 35%, com 10 representantes da região.
Portanto, a missão dos eleitores do Sul seria a de manter os atuais deputados eleitos e promover a eleição de outros cinco novos representantes. Este seria o cenário ideal, perfeito para que a região começasse a ter o mesmo peso político das demais mais providas de representatividade.
Se esse objetivo será alcançado, só saberemos após a abertura das urnas. O fato é que, ao que parece, muitos eleitores já perceberam que ter um deputado ‘caseiro’, com endereço mais acessível, pode ser muito mais vantajoso, ao menos para ser ouvido.
Torçamos.