Em meio a esse momento de incerteza causado pela pandemia COVID-19, talvez seja desafiador ao menos cogitar a ideia de que o mesmo momento possa ser também uma chance para a atividade turística do litoral sul capixaba.
Tomando como base a atividade turística histórica dessa região, é possível definir como um turismo de massa focado no verão, culminando em uma alta sazonalidade do fluxo turístico. Ou seja, as cidades litorâneas recebem uma alta demanda de visitantes, em um curto espaço de tempo durante o ano. Esse tipo de turismo é ocasionado pelo pouco leque de atrativos turísticos do destino, especificamente no litoral o atrativo é a praia, sendo conveniente a visitação somente em períodos de verão.
Neste sentido o trade turístico da região precisa criar opções de atrativos para tentar aumentar a permanência do turista, como também atraí-lo em outras épocas do ano.
E a “chance” para o turismo sul capixaba pode estar nesse impedimento temporário em promover aglomerações, eventos, shows, entre outros. Atividades essas corriqueiras nas cidades que fazem parte dessa região, onde é possível constatar, em anos anteriores, uma grande quantidades de eventos musicais na chamada “temporada de verão”. Sendo que a maioria desses eventos parte da iniciativa do poder público, uma política de turismo que prioriza a quantidade de visitantes em demérito da qualidade.
Assim o referido turismo de massa precisa ser repensando, talvez até mesmo abandonado, para dar lugar a um tipo de turismo que seja mais sustentável para o município, que movimente a economia durante todo o ano, que seja um fator de melhoramento social e ambiental, levando em conta a identidade do município.
Como diz o filósofo Francis Bacon “O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las”, e o turismo sul capixaba precisa criar essas oportunidades, criando atrativos turísticos para assim ter a possibilidade de receber um turismo de qualidade. Um bom exemplo disso foi a criação de uma filial do Museu do Louvre (mundialmente conhecido na França) em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Enfim será uma chance de ter um museu em Marataízes? Um centro de convenções em Presidente Kennedy? Um teatro em Itapemirim?