I Mostra e Roda de Conversas da Diversidade Cultural realizado pela Academia Marataizense de Letras, no encerramento do Mês da Consciência Negra
No último dia 24 de novembro, a Academia Marataizense de Letras fez um grande evento, na Feira do Artesão de Marataízes, para celebrar a diversidade cultural presente na formação do povo originário da região, que foi traduzida em um projeto elaborado e contemplado pelo edital “Raul Sampaio”.
O projeto pioneiro, levou aos alunos das escolas ‘Maestro José Veiga da Silva’ e ‘Professora Maria da Glória Nunes Nemer’, o relato de mestres e mestras da cultura popular para falarem sobre os grupos folclóricos e sua representatividade na sociedade.
Contando com recursos fundo-a-fundo, do governo Federal, repassados pela Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico, da Prefeitura de Marataízes, o encerramento do projeto teve participação de grupos folclóricos e personalidades vindas das cidades de Aracruz, Jerônimo Monteiro e Piúma, além dos representantes folclóricos de Marataízes.
Da cidade de Jerônimo Monteiro vieram o Caxambu Andorinhas e a Folia de Reis Três Reis Magos e Mártir São Sebastião, que abrilhantaram a tarde cultural com suas rodas de conversas, levando ao conhecimento dos alunos, a existência de suas comunidades quilombolas, e belíssimas apresentações da cultura popular.
De Aracruz, o Cacique Pedro, da Aldeia Piraquê Açu, que prestigiou a mostra e fez uma oração indígena enriquecendo o momento cultural.
De Piúma, a representante foi a artesã Catarina Mais – a Rainha das Conchas – que apresentou seu canto autoral e as famosas “conchas de Piúma”.
Representando a cultura local, o coletivo do Jongo Maria Preta e Zé Porto se manifestou sobre a dificuldade de enfrentamento popular e resistência em se manter vivo em uma comunidade ainda enraizada pelo preconceito religioso.
A produtora cultural Bárbara Pérez discursou rendendo homenagens ao secretário Estadual de Cultura e ao secretário de Cultura de Marataízes, Fabricio Noronha e Ruimar de Oliveira Júnior, pela incessantemente luta em prol de liberação dos recursos federais para o Estado dar o devido apoio às manifestações culturais.
Ela lembrou que a entidade acadêmica, fundada há 14 anos, sempre buscou promover a inclusão, com claros princípios antirracista, tendo entre seus pares acadêmicos pessoas de várias etnias, promovendo projetos sociais com envolvimento de alunos e jovens da comunidade, forma em que acredita fortalecer pessoas e instituições na luta em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
“Mais do que uma conquista a ser celebrada, trata-se de um dia para refletirmos sobre temas como a diversidade e a discriminação racial, que devem ser debatidas diariamente, para que, realmente, possamos colaborar e cobrar com afinco, criação de leis que realmente assegure a liberdade dos movimentos negros e principalmente a luta contra o racismo existencial. Mas, não podemos nos enganar: ainda há um caminho longo a ser percorrido, para que a nossa sociedade seja mais inclusiva, uma vez que muitos preconceitos estão enraizados há anos na cultura brasileira. Festejamos o sucesso alcançado, pois pudemos levar aos alunos, o conhecimento sobre os grupos folclóricos e suas comunidades quilombolas, para que as tradições folclóricas permaneçam vivas entre as futuras gerações. ”, enfatizou Bárbara Pérez.
VEJA MAIS FOTOS DO EVENTO
SERVIÇO
Realização: Academia Marataizense de Letras
Produção: Bárbara Pérez, Ricardo Lemos e Michelle Fonseca Nasr
Recurso: Edital Raul Sampaio, Lei Federal