Abertura da audiência pública com membros do parlamento estadual e o prefeito de Marataízes, Toninho Bitencourt – Foto: O Jornal
Autoridades, gestores públicos, moradores e integrantes da força de segurança, discutiram, na noite desta quinta-feira (13), a implantação do Batalhão da Polícia Militar (BPM) em Marataízes.
O evento reuniu cerca de 200 pessoas para a audiência pública da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, e aconteceu no Salão do Tribunal do Júri do Fórum de Marataízes.
A proposta discutida na reunião, tratava da transformação da atual 9ª Companhia (Cia.) Independente, sediada em Marataízes, em Batalhão da Polícia Militar, fruto de uma indicação do deputado Coronel Weliton (PRD), que já foi aprovada pelo Plenário e encaminhada ao governo do Estado.
Um efetivo de 138 policiais é responsável hoje pelo atendimento de uma extensa área de 1.480,3 quilômetros quadrados que abrange os municípios de Marataízes, Itapemirim, Presidente Kennedy e Rio Novo do Sul, cuja população somada ultrapassa 106 mil. A expectativa é, com a criação do 15º Batalhão da PM capixaba, melhorar as condições de segurança na região com policiamento ostensivo.
O comandante da 9ª Cia., major Nério Pereira da Silva Filho, estima “aumento da capacidade de gerir a unidade como um grupo de gestão muito maior do que tem hoje e, com certeza, a possibilidade de melhores resultados do que aqueles alcançados”. Para isso é previsto maior efetivo, aumento do número de viaturas, do aparato técnico da unidade, além da estrutura física.

Na foto, os deputados Coronel Weliton, Marcelo Santos e Danilo Bahiense, que conduziram a audiência pública – Foto: Anna Salles
O presidente da Assembleia Legislativa (Ales), Marcelo Santos (União), explicou que, para a criação do batalhão, é necessário que o Executivo encaminhe uma proposta de lei específica. Segundo ele, tão logo o projeto chegue à Casa, será votado pelo Plenário.
Marcelo ponderou que, para a medida se efetivar, alguns desafios precisam ser enfrentados. Como exemplo citou a necessidade de uma reforma na PM “para que a polícia possa ser oxigenada, garantindo principalmente a estabilidade dos policiais, das suas promoções”.
“O papel da Assembleia não é executar a política pública, é provocar para que ela aconteça”, disse, destacando o peso da audiência pública realizada pelo Poder Legislativo para escutar as demandas da população.
Preocupações com a segurança
O presidente elencou que uma das maiores preocupações é com a segurança na divisa do Espírito Santo, no caso o município de Presidente Kennedy, com o Rio de Janeiro. A cidade, localizada no extremo sul capixaba, vem recebendo investimentos importantes, como a construção do Porto Central, trazendo aumento da população e das demandas de segurança pública.
Conforme major Nério, “a vasta área territorial (de Presidente Kennedy) facilita a circulação de substâncias ilícitas e o deslocamento de criminosos entre os estado, além da área costeira, que facilita o transporte de ilícitos em embarcações”.
”Temos dois policiais militares trabalhando por dia em um município com uma extensão territorial de 594 quilômetros quadrados. (…) O centro urbano é pequeno, mas temos uma área rural enorme”, disse o prefeito interino de Presidente Kennedy, Fabio Feliciano de Oliveira (PSB).
Já em relação a Rio Novo do Sul, que tem 11.069 habitantes, a preocupação maior é quanto à segurança de produtores rurais, sobretudo de café, que se encontram em regiões afastadas da sede do município. O major explicou que a BR-101, que corta a região, vem sendo utilizada para “transporte ilegal de mercadorias e substâncias ilícitas”.
O superintendente de Polícia Regional Sul, delegado Faustino Antunes Simões Filho, destacou a redução de homicídios no Espírito Santo, “menos 900 em 2024”, e atribuiu o resultado ao programa Estado Presente. Também apresentou um balanço de crimes contra a vida e o patrimônio registrados no primeiro bimestre de 2025. Faustino representou, na reunião, o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Santos Arruda.
Ao final da audiência, o presidente da Comissão de Segurança, deputado Danilo Bahiense (PL), disse que será elaborado um relatório, a ser apresentado ao colegiado e depois encaminhado às autoridades competentes.