Com o desenrolar do mata-mata da competição, os resultados obtidos foram compatíveis com o restante do torneio, visto que mais “zebras” voltaram a acontecer. Na verdade, já não se pode referir às seleções de Marrocos e Croácia com esse termo, por apenas desmerecer o trabalho feito por essas delegações.
Ao citar o não favoritismo dessas equipes, como não pensar na seleção brasileira? Apontada por muitos como a grande favorita da copa, sucumbiu diante da equipe croata, que dominou as ações do meio de campo, tornando o Brasil dependente, mais do que nunca, de jogadas individuais de suas grandes estrelas.
Uma partida de futebol nada mais é que uma batalha de estratégias, e a de Tite apresentou algumas falhas, muito bem aproveitadas pelos croatas, sobretudo nas alterações feitas pelo seu treinador. O psicológico de uma equipe, que leva o empate faltando poucos minutos para o final da partida, chegou um pouco abalado para as cobranças das penalidades, delegada equivocadamente a um jovem de 21 anos.
Neymar é um dos melhores cobradores de penalidades do mundo, mas mesmo presente, não teve sequer a oportunidade de cobrar. A mística de cair diante de uma seleção europeia se repetiu, reforçando as velhas críticas feitas à não realização de amistosos com equipes do velho continente, consideradas mais evoluídas e que exigiria mais da seleção brasileira internacionalmente.
Do outro lado da chave, mais uma vitória belíssima de Marrocos, dessa vez sobre Portugal. Com esse avanço, a seleção marroquina se tornou a primeira seleção africana a chegar nas semifinais, deixando para trás um time com grandes figuras do futebol, como Cristiano Ronaldo, para quem se encerra o sonho de ser campeão do mundo.
A equipe do norte da África, foi saudada com orgulho por uma nação inteira, após a derrota para a França. Milhares de marroquinos fizeram-se presentes no lado externo do estádio Al Bayt, assim como dentro, para empurrar sua seleção em direção à final, porém o gol prematuro fez com que os planos da equipe sofressem alterações logo nos primeiros minutos.
Com mentalidade forte e bem postada em campo, a seleção marroquina tomou conta das ações ofensivas por boa parte da partida, mas não conseguiu chegar ao gol, levando toda frustração para aquela multidão.Ver o Marrocos distribuir milhares de ingressos para os torcedores, em busca de uma vitória marcante para o seu futebol, é assunto para outra discussão.
A seleção argentina já deixou claro como sua torcida anda fazendo a diferença nos jogos, o que reflete diretamente dentro de campo. Quando o Brasil ou a CBF fizeram isso pelo povo brasileiro? Talvez, tal iniciativa seria uma ótima saída para possuir uma torcida mais presente e fervorosa no ambiente, característica dos estádios brasileiros, nos momentos em que o time aparenta se “desligar” um pouco da partida.
Observa-se muito debate sobre os grandes confrontos dos jogos, porém a Copa do Catar também é a de embates individuais, que proporcionaram o último capítulo da longa jornada de disputas entre Messi e Cristiano Ronaldo no pódio do futebol mundial.
O argentino, aos 35 anos, preveleceu depois da classificação imponente sobre os croatas para a final e se sagrou campeão contra a forte seleção francesa. Com a conquista do título, Lionel Messi parece por um ponto final na eterna discussão, na qual perdura há mais de quinze anos, sobre quem seria o maior entre o argentino e o português.
A final da Copa do Catar foi, para muitos, o maior jogo da história do futebol.
Repleto de emoções do início ao fim, a partida reuniu dois dos principais jogadores do mundo na atualidade: Messi e Mbappé. Fizeram jus às expectativas entregando gols e lances primorosos, não sentindo a pressão de ter que decidir mais uma Copa do Mundo.
A cada dividida contra o adversário, os argentinos mostravam raça e esbanjavam energia típica do futebol sul-americano, que ficava ainda mais evidenciada nas arquibancadas. A torcida argentina teve, na segunda etapa, seu sonho concretamente ameaçado, após Mbappé marcar dois gols e forçar a prorrogação. Os franceses não contavam que Emiliano Martínez iria fazer uma das maiores defesas da história das Copas, forçando as penalidades, após um novo empate no tempo adicional.
O goleiro argentino também brilhou nos penaltis, culminando no alívio dos argentinos, que enfim, soltarem aquele grito que estava tanto tempo na fila de espera. São histórias como essas que fazem o amor pelo futebol se espalhar cada vez mais pelo mundo, tornando cada conquista subsequente mais especial que a anterior.