Ferraço tira nova licença do cargo e se ausentará pelos próximos 60 dias

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Redação

Na manhã desta segunda-feira, dia 17, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico de Assis Ferraço, reuniu a imprensa regional para comunicar o afastamento do cargo pelos próximos 60 dias.

Na ocasião, diante de secretários, auxiliares e vereadores, Ferraço fez a transmissão do cargo ao vice-prefeito Júnior Corrêa, que assume a Prefeitura de forma interina.

A cerimônia foi realizada no auditório do Centro de Manutenção Urbana (CMU) e também coincidiu com a apresentação detalhada do projeto que o prefeito considera o mais importante de sua atual gestão: a Cidade Industrial de Pacotuba.

Ao anunciar sua licença temporária, sem remuneração, Ferraço afirmou que os próximos dois meses serão dedicados integralmente ao avanço das etapas que permitirão o início efetivo do empreendimento industrial. Segundo ele, o projeto já conta com garantia de recursos — inclusive com apoio do Governo do Estado — para viabilizar as primeiras desapropriações e dar início às intervenções essenciais. O prefeito estima que a etapa inicial receberá investimentos de “pelo menos R$ 50 milhões”.

O vice-prefeito comentou a confiança de Ferraço em seu trabalho. “Assumo a Prefeitura interinamente pela terceira vez com o mesmo compromisso e responsabilidade de sempre. Sou grato pela confiança que o prefeito Theodorico Ferraço deposita em mim e seguirei trabalhando para honrar essa parceria, dando continuidade ao ritmo de entregas e ao cuidado que a nossa cidade merece”, pontuou Júnior Corrêa, que ficará no cargo de prefeito interino até 15 de janeiro de 2026.

Desenvolvimento Econômico

Ferraço reforçou que o novo distrito é a peça central para recolocar Cachoeiro no mapa do desenvolvimento econômico do Espírito Santo. Para ele, não há alternativa capaz de gerar empregos, atrair indústrias e aumentar a arrecadação municipal com tanta força quanto o projeto instalado em Pacotuba. “Esse é o único meio de transformar Cachoeiro em um polo atrativo para empresas, empregos e arrecadação”, declarou, ressaltando que a cidade precisa recuperar seu protagonismo perdido ao longo dos anos.

O Distrito Industrial de Pacotuba será implantado em uma área de 95 alqueires, com possibilidade de expansão para mais de 100 alqueires, e terá inicialmente 120 lotes de 5 mil metros quadrados, que poderão ser ajustados conforme a necessidade de cada empreendimento. Um dos pontos mais inovadores é o modelo de cessão de terrenos: a empresa interessada compra o lote, tem 90 dias para pagar a primeira parcela e, ao iniciar as obras, recebe o terreno por doação. Segundo Ferraço, a medida torna Cachoeiro mais competitiva do que regiões tradicionalmente beneficiadas por incentivos nacionais. “Estamos oferecendo mais do que a Sudene oferece ao Norte. O valor da terra inviabiliza muitos empreendimentos, e Cachoeiro resolveu isso com coragem”, afirmou.

A Prefeitura também será responsável por entregar toda a infraestrutura do local, incluindo terraplanagem, pavimentação das vias internas e um acesso adequado para caminhões, evitando a passagem de veículos pesados pela área urbana. A via principal terá 5 km e será construída em administração direta, modelo que, segundo o prefeito, já proporcionou grande economia ao município em outras obras. “É um desafio violento? É. Mas eu gosto disso. Cachoeiro tem que mostrar que aspira o progresso”, disse.

Apresentação técnica

A apresentação técnica foi conduzida pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Rogério Ribeiro, que explicou por que Pacotuba foi definida como sede do novo distrito. Ele destacou que outras áreas estudadas foram descartadas por limitações ambientais, topográficas ou de abastecimento de água. Pacotuba, ao contrário, apresentou vasta extensão plana, baixa presença de áreas sensíveis, proximidade com o Rio Itapemirim — essencial para o fornecimento de água industrial e tratamento de efluentes —, além de facilidade de acesso às rodovias que ligam Cachoeiro à BR-262 e ao município de Guaçuí. O secretário também destacou o potencial de expansão do distrito para áreas comerciais, residenciais e até para setores de logística e serviços. “É um tabuleiro pronto. Uma dádiva de Deus”, afirmou.

De acordo com Ribeiro, mais de 20 empresas já formalizaram interesse nos lotes, incluindo indústrias de rochas ornamentais, confecções, metalurgia, alimentos, insumos industriais, cosméticos e logística. Ele também citou o sonho de, no futuro, implantar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), aproveitando vantagens naturais e logísticas da região.

Empréstimo

Durante o encontro, Ferraço comentou o cenário financeiro do município, lembrando que Cachoeiro ainda paga R$ 2,5 milhões por mês de um empréstimo de R$ 85 milhões contratado na gestão anterior. Mesmo assim, garantiu que haverá recursos para o distrito, com possibilidade de novos financiamentos “desde que haja retorno garantido”. Ele também fez um alerta sobre a perda de protagonismo econômico: Cachoeiro, que já representou 7% do ICMS arrecadado pelo Estado, hoje responde por cerca de 2%. “Precisamos recuperar essa força”, declarou.

A Prefeitura já conclui avaliações fundiárias, prepara ações de desapropriação, define a planta dos primeiros lotes, avança nos licenciamentos ambientais e nas negociações com empresas de energia, água, esgoto e gás. A primeira intervenção física será a instalação da unidade administrativa no local. Empresas interessadas podem enviar manifestação para o e-mail oficial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Prioridade

Ao passar o cargo para Júnior Corrêa, Ferraço fez questão de reafirmar que sua dedicação ao distrito será total. “Se eu fracassar, fracasso os meus 87 anos. Mas eu não vou fracassar — e ninguém aqui vai deixar. A Cidade Industrial de Pacotuba é o nosso futuro, e eu vou trabalhar dia e noite para entregá-la ao povo de Cachoeiro”, afirmou.

A Cidade Industrial de Pacotuba nasce como o maior investimento em desenvolvimento econômico da história recente do município e é tratada pelo prefeito e seu secretariado como a grande virada de chave que Cachoeiro precisa. “Esse é o nosso projeto número 1. E nós vamos realizá-lo”, concluiu Ferraço.

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