No dia 18 de abril passado, fiz uma publicação em minha página pessoal no facebook, pedindo para que as pessoas anotassem ‘no caderninho’ aquela data.
Recebi inúmeros questionamentos sobre o que se tratava. Respondi a todos que apenas anotassem aquela data, sem me estender no propósito.
Pois bem. Passados 43 dias, venho aqui com as explicações, que de forma sintetizada, passo a expô-las.
Até aquela data (18/04/2020), já estávamos sob o alerta e cuidados para enfrentar a pandemia, inclusive seguindo o decreto do Governo do Estado, assinado na primeira semana do mesmo mês, acerca das limitações e restrições de funcionamento do comércio, o que até então, vinha sendo seguindo também pela Prefeitura de Marataízes, com a edição de um decreto nas mesmas linhas e moldes.
Até a data mencionada acima, Marataízes não tinha nenhum registro de casos do Covid-19, que seguramente já pairava pelo ar.
Pressionado por lojistas e gritaria de outros setores, o prefeito da cidade resolveu afrouxar a regras para o funcionamento do comércio e a consequente circulação de pessoas pelas ruas.
Em um artigo, criticamos o posicionamento adotado, pois apesar de até então não termos nenhum registro de casos por aqui, era claro, e até mesmo lógico, que o relaxamento das medidas restritivas seriam uma porta escancarada para a propagação do vírus.
Dois dias após o afrouxamento das regras (20/04/2020), a cidade registrou seu primeiro caso do novo coronavírus (http://www.ojornalonline.com.br/admin/noticias/alterar.asp?codigo=2705) e nove dias depois já estava com 12 casos confirmados da doença.
No dia 1º de maio, já eram mais 10 casos confirmados de infectados, levando o número total a 22 pacientes (http://www.ojornalonline.com.br/admin/noticias/alterar.asp?codigo=2806). No dia seguinte, a prefeitura, por meio da Vigilância Epidemiológica, iniciou a instalação de barreiras sanitárias.
No dia 3 de maio, em um levantamento exclusivo feito por O JORNAL Online, mostramos que a população de Marataízes estava mais exposta ao vírus em comparação à cidades com maior número de habitantes (Cachoeiro de Itapemirim e Guaraparí) e até mesmo na comparação com cidades vizinhas do litoral (http://www.ojornalonline.com.br/admin/noticias/alterar.asp?codigo=2815).
No dia 4, já eram 29 infectados, sendo que dez pacientes estavam internados na UTI e seis na enfermaria da Santa Casa.
No dia 6 de maio foi marcado pela primeira morte relacionada ao novo coronavírus (http://www.ojornalonline.com.br/admin/noticias/alterar.asp?codigo=2846), moradora da cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, se tratava de uma moradora da Barra, de 71 anos, que estava internada no Hospital dos Acidentados, em Vitória, para tratamento de outra enfermidade (diabetes), e que teria contraído o vírus dentro do próprio ambiente hospitalar.
No dia 10 já eram 61 pacientes infectados. No dia 13, uma professora de 63 anos, também moradora da Barra de Itapemirim, foi a segunda vítima fatal da doença. No mesmo dia 13, a prefeitura anunciava o Decreto 692, impondo mais rigor às medidas restritivas de atividades comerciais, serviços e locomoção de pessoas dentro dos limites do município. O decreto entrou em vigor no dia 17 de maio e perdurou até hoje, dia 01 de junho.
Hoje, 1º de junho de 2020, Marataízes registra 241 casos confirmados da doença Covid-19, registrando ainda a dramática marca de 15 óbitos.
Diante de um quadro beirando a catástrofe, a Prefeitura de Marataízes determinou que o Decreto 692 fosse estendido até o próximo dia 8 de junho, se somando a outras medidas adotadas pelas autoridades de saúde.
Prevaleceu o bom senso. Porém, há de se chamar atenção para que o decreto seja efetivamente cumprido, principalmente em relação a circulação de populares pelas ruas. O uso obrigatório de máscaras faciais também deveria ser cobrado com mais rigor, tendo em vista que muitos não as estão usando. Nestes casos específicos, em que o infrator já não pode alegar desconhecimento, o devido enquadramento. Creio que seja a medida mais eficaz, pois trata-se de evidente crime contra a saúde pública.
Não existe no mundo, por enquanto, nenhuma vacina e nem mesmo remédio que possa banir essa terrível pandemia. A maneira mais eficaz, comprovada em todos os países que debelaram o crescimento absurdo da propagação deste vírus letal, foi o isolamento social.
Agora, entenderam o porquê do meu pedido, lá na minha postagem do dia 18 de abril no facebook, para que todos anotassem aquela data??