Políticas públicas para o meio ambiente, microatitudes para cuidar do nosso lugar e as eleições de 2024. O que você tem a ver com isso? Basta avaliarmos os últimos fenômenos climáticos ocorridos no país, em especial no Espírito Santo, onde municípios foram arrasados por enchentes, deslizamentos de terra e chuvas acima da média para o período. Uma grande comoção por ajuda às vítimas e aos desabrigados mobilizou voluntários de todas as regiões, numa forte rede de apoio a quem perdeu patrimônio de uma vida inteira. A cada novo episódio de dor e sofrimento fica o aprendizado para gestores públicos e a população sobre a importância da prevenção e, principalmente, a rápida comunicação desses eventos climáticos como forma de amenizar perdas e preservar vidas.
O cenário político que se desenha para este ano traz, novamente, o perigo dos debates polarizados que não contribuem para a solução de pautas urgentes, como a ambiental. Diferente do que defende a maioria dos analistas e marqueteiros da área, o eleitor médio – ou seja, o que é diretamente impactado por esses fenômenos, que se serão cada vez mais frequentes – se pergunta de onde ou de quem virá a proposta para resolver a casa ou o comércio inundado toda vez que chove forte. Informação não falta sobre o tema. Pelo contrário, para discutir essa problemática, autoridades do mundo inteiro se reúnem, anualmente, para acordos internacionais e investimentos em tecnologias que estimulem novas inteligências de monitoramento e salvamento em casos de desastres naturais. Se as grandes potências, junto aos países em desenvolvimento, como o Brasil, buscam uma nova realidade nesta e em outras esferas de poder, o que nós cidadãos podemos nos comprometer no dia a dia das cidades para mudanças nas atitudes que mostrem que cuidamos bem do lugar que vivemos?
Primeiramente, enquanto moradores e eleitores devemos discutir a pauta ambiental com quem pretende disputar eleição, porque a partir dela outras prioritárias são incluídas: mapeamento, fiscalização e obras estruturantes em áreas de encostas; monitoramento de rios em período de chuvas; programas de habitação que garantam moradia fora de áreas inundáveis; fortalecimento das Defesas Civis com novos equipamentos e treinamentos; programas de arborização e melhorias na mobilidade urbana, ações de proteção aos animais, dentre tantas outras que são lembradas nas urgências. Planos engavetados que precisam, na prática, atender principalmente aos mais afetados pelas instabilidades climáticas, fugindo do discurso e de ações meramente institucionais.