Há dias recebi com certa surpresa o anúncio da pré-candidatura do advogado Diego Libardi para prefeito de Cachoeiro. Conheço Diego de outros carnavais, trabalhou em Cachoeiro, na Secretaria Municipal de Esportes, como diretor do então secretário Willian Lima, no governo Valadão. Nessa época eu também militava na linha de frente do bigode. De lá pra cá, Diego transitou em diferentes frentes, sempre com viés político.
Representou empreiteiras, no governo de Amanda Quinta, em Presidente Kennedy, onde desfrutava da confiança de José Augusto Rangel, então homem forte da prefeitura e amancebado da alcaide. Por algum motivo, eles se desentenderam. Depois, foi secretário municipal de Meio Ambiente, em Marataízes, com algumas ações midiáticas que lhe deram projeção. Mas, o que mais lhe credencia no mercado político, tem sido sua atuação como advogado. Atuou de forma determinante no apoio jurídico ao ex-prefeito de Marataízes, Doutor Jander, entre outros.
Mostrou-se um bom advogado, e muito bem articulado. Tanto que o Doutor Jander tem se livrado, uma a uma, das acusações que lhe foram impetradas pelo Ministério Público e aceitas pela Justiça. Não obstante que essas ações, em sua maioria, foram fruto de uma perseguição, talvez o melhor termo seja “implicância”, da então promotora que atuava naquela comarca. Para ser mais justo, o advogado nomeado do prefeito é o renomado “Henrique Herquenhoff”, que já foi secretário de Segurança Pública aqui no Estado e desembargador federal, em São Paulo, gozando de grande e merecido prestígio no meio jurídico.
Não sei se Diego advogou para os Ferraço, mas, certamente, seu desempenho chamou a atenção do decano deputado, que lhe ungiu, entregando-lhe a Superintendência do Ibama, no Espírito Santo, e a presidência de seu partido político em Cachoeiro, o DEM. Daí para se tornar pré-candidato a prefeito foi um passo, ou seja, aproveitou-se de um tropeço do vereador Alexandre Bastos (PSB, agora PV), que recusou a legenda.
Mas, como já dizia Tancredo Neves (ou seria Dr. Ulisses), política é como nuvem, tá sempre mudando. Diego oferece a Ferraço a juventude e o entusiasmo que o mestre já não possui. Tem ainda o dom da palavra, ou seja, é articulado, inteligente, e tem sede de poder. Num debate, com quem quer que seja, vai dar trabalho. É bonito (que Deus me perdoe), e agrada ao público feminino. Vai rivalizar com a barba yuppie do Vítor Coelho, prefeito que tem avaliação de mediana pra boa. Se andar muito, usar bem as redes sociais, atrair o PMDB e o PSDB (que estão à deriva), tiver uma boa assessoria, e souber usar o prestígio de Ferraço, entra no jogo.
Todas essas conjecturas, porém, estão sob o fator “corona”, não a cerveja, o vírus. Ninguém sabe como será o sentimento da população frente aos governantes quando essa avalanche passar. Hoje existe uma relação de amor e ódio entre a esquerda e a direita, se é que isso ainda existe, por conta do vírus, mesmo sem sabermos em quem o bicho vai votar. Volto ao assunto.