AS DUAS BELAS PRINCESAS

Por Maurício Galante

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19/11/2023

Maurício Galante

Advogado

No meu caprichoso imaginário tupiniquim – de passado não muito distante … – tais princesas sempre foram lindas e formosas, dotadas de belos corpos, até permitindo-nos afirmar, sem medo de errar: lindamente curvilineos. Uma no norte e a outra no sul do Estado do Espírito Santo.
Em muitas outras coisas guardavam semelhanças, como em seus apelidos, chancelados com amor: “PRINCESA DO NORTE” e “PRINCESA DO SUL”.

Ambas com rios famosos a lhe cortarem ao meio, numa delas, a largura quase quilométrica do Rio Doce, e, n’outra, a exuberância das cachoeiras do Rio Itapemirim. Semelhanças até na letra inicial de seus nomes… A rivalidade, contudo, parece ter sido criada por suas posições geográficas…

No campo educacional, a realeza do norte a ostentar, até hoje, o famoso “Conde de Linhares” e a do sul, o não menos famoso “Liceu Muniz Freire” (sentei nas carteiras de ambos…). A do norte, compartilhada por muitos maravilhosos mestres na decana capacidade da professora Zita Botelho de Almeida (saudade dos meus amigos Lineu e Olavo), enquanto a do sul, a gabação de extraordinários educadores com outra decana, a professora Zilma Coelho Pinto (grande amigo Carlinhos – “Carlupin”).

Na política, grandes nomes, nas duas majestades: pelo norte, na seara legislativa, Moacir Dalla (3 vezes deputado estadual, 1 vez deputado federal e, como senador, chegando a presidência do Senado da República), enquanto, pelo sul, no campo executivo, o Prefeito Abel Santana (1963-67), que destacou seu governo com a criação das gloriosas Faculdades de Direito e de Filosofia.

No Recreativo e no Caçadores, os bailes de aniversários das cidades, tanto no CRC, quanto no CCC, só com trajes de gala, como o smoking… “chick”!…

Semelhanças também no clima, grandemente quente, ao ponto de explodir termômetros…

No esporte, o estádio “Justiniano de Mello e Silva”, o “JUSTINIANO”, sempre rivalizou em beleza e tamanho com o “Mário Monteiro”, o “SUMARÉ”.

No jornalismo, a do norte editava “A Folha do Norte” e “O Colatinense” (meu padrinho Padre Otávio Moreira, foi diretor) e a do sul, publicava “O Arauto”, “Correio do Sul” e “Vanguarda” (Dr. Deolindo Tavares Neto, meu amigo, em cuja gráfica eu imprimia o meu jornal “O Destaque”), não podendo deixar de registrar que ainda circula perseverantemente e com total sucesso o conceituado “Jornal FATO”, do meu amigo Wagner Santos, na trincheira da boa e corajosa imprensa.

A princesa do sul se elevou a “Capital secreta do mundo”, enquanto a do norte obteve o destaque de “O sol poente mais belo do Brasil”.

Nenhuma possui orla marítima e suas distâncias da Capital são quase iguais: 129 (norte) e 139 kms (sul).
Semelhanças à parte, as primeiras casas de CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM datam de 1846, com sua emancipação politica em 25 de março de 1967, desligando-se do Município de Itapemirim, enquanto COLATINA, com a povoação iniciada por volta de 1880, emancipou-se em 30 de dezembro de 1921, quando desligou-se do município de Linhares.

Ei, ei e ei, perai, pessoal!! Eu não estava lá quando nasceram essas duas belas e maravilhosas princesas…

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