Exposição abre celebração dos 110 anos de Rubem Braga em Cachoeiro

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Mostra busca proporcionar ao público uma imersão na obra do cronista

Para celebrar o aniversário do cronista cachoeirense Rubem Braga, que, nesta quinta-feira (12), completaria 110 anos, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult) de Cachoeiro de Itapemirim realizou a abertura da exposição “Palavras”, na Casa dos Braga.

Instalada na parte inferior do centro cultural (localizado na rua Vinte e Cinco de Março, Centro), com uma atmosfera acolhedora, a mostra apresenta trechos extraídos de várias crônicas do escritor em tecidos que pendem do teto. Ao mesmo tempo, o visitante pode ver projeções de imagens de Rubem em várias fases da vida e ouvir a voz do homenageado a partir do áudio da última entrevista dele.

“Eu me emocionei com o que vi. Celebrar Rubem é celebrar a história e a cultura de Cachoeiro. Sugiro que todos venham conferir essa exposição, não vão se arrepender. Precisamos conhecer a história das pessoas que fizeram nossa cidade conhecida, de forma tão bonita. É necessário que a gente transmita isso, especialmente, para as crianças e os jovens”, expressa o professor Márcio Damartine, que foi um dos primeiros visitantes da mostra.

“A exposição pretende levar o visitante a uma vivência com as palavras de Rubem Braga. É uma imersão, uma experiência: palavra escrita, palavra lida, palavra ouvida e sentida na voz do próprio escritor. É uma viagem linda em homenagem a este que é um dos maiores orgulhos cachoeirenses. Não percam!”, convida a secretária de Cultura e Turismo de Cachoeiro, Fernanda Martins.

A exposição, que faz parte do projeto Braganiano, da Semcult, ficará em cartaz durante todo este mês, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Braganiano nas bibliotecas
As atividades do Braganiano terão prosseguimento neste fim de semana, com ações em bibliotecas do município, voltadas para o público infantil.

Nesta sexta (13), a Biblioteca Distrital “Professor José Barros da Silva”, em Itaoca, receberá uma apresentação do projeto “Bosque de Livros”, às 9h.

Já no sábado (14), as bibliotecas “Beatriz de Oliveira Santos (Paraíso) e “Roney Argeu Moraes” (Pracinha da Cultura, no Rui Pinto Bandeira) receberão, às 8h30 e 10h30, respectivamente, atividades de contação de histórias e apresentação de cosplayers – atores trajados com fantasias de personagens famosos.

110 anos de Rubem Braga: curiosidades sobre a casa do escritor

Imóvel onde o escritor morou em Cachoeiro reúne grande acervo sobre vida e obra do cronista

Na esquina entre as ruas 25 de Março e José Garioli Filho, Centro de Cachoeiro, um centenário casarão colonial em estilo português guarda memórias de um dos mais importantes cronistas do Brasil, o cachoeirense Rubem Braga (1913-1990), que completa 110 anos de nascimento nesta quinta-feira (12).

Construído em 1906, o imóvel foi adquirido anos mais tarde por Francisco de Carvalho Braga, primeiro prefeito da cidade e pai de sete filhos, entre eles Rubem e o também escritor Newton Braga (1911-1962).

Mais de um século depois, a Casa dos Braga, como foi batizada, abriga um importante centro cultural, que preserva um vasto acervo da família, como móveis originais, documentos, fotografias, livros e muitos outros itens que celebram seus antigos moradores e sua herança cultural para Cachoeiro.

Entre os diversos registros históricos, estão reproduções de desenhos e quadros dedicados a Rubem Braga ou criados como ilustrações de suas crônicas. São imagens de Djanira, Di Cavalcanti, Dorival Caymmi, Cândido Portinari e outros nomes de grande relevância no cenário artístico nacional e internacional.

O público também pode conferir, no local, uma estátua do cronista em tamanho real, feita com papel machê, reproduzindo, com fidelidade, sua fisionomia.

No quintal, sob o famoso pé de fruta-pão imortalizado nos textos de Rubem, há a Praça da Poesia, espaço que, junto ao porão do casarão, recebe, periodicamente, eventos e atividades culturais, como lançamento de livros, saraus e oficinas.

“Estar na Casa dos Braga é como adentrar nas obras de Rubem Braga. Com seu jeito simples e irreverente, nosso grande cronista se inspirou em muitos elementos desse lugar, que remontam um pouco de sua história. Por isso, convidamos todos os apaixonados pela literatura a visitar o imóvel e se sentirem mais próximos desse grande orgulho de Cachoeiro”, destaca Fernanda Martins, secretária municipal de Cultura e Turismo de Cachoeiro.

É extraordinário que eu esteja aqui, nesta casa, nesta janela; e ao mesmo tempo é completamente natural, e parece que toda minha vida fora daqui foi apenas uma excursão confusa e longa: moro aqui. Na verdade onde posso morar senão em minha casa?

Em Cachoeiro, Rubem Braga, 1947.

Visitação

A Casa dos Braga está localizada na rua 25 de Março, número 187, centro de Cachoeiro. O público pode visitar o local, gratuitamente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

No imóvel, servidores da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult) de Cachoeiro esclarecem dúvidas e apresentam o acervo aos visitantes.

Para grupos com grande quantidade de pessoas, a Semcult orienta o agendamento da visita, o que pode ser feito por meio do telefone (28) 3155-5258 e pelos e-mails casadosbraga.cachoeiro@gmail.com e quelgariolli@gmail.com.

Mais curiosidades sobre a Casa dos Braga

  • Antes de se tornar um centro cultural, o imóvel chegou a ser escritório, cursinho e restaurante, e foi comprado da família pela gestão municipal em 1985;
  • Rubem não nasceu no local. Ainda em janeiro de 1913, mês e ano de seu nascimento, a família aguardava o fim das obras. Residiram no imóvel até 1958;
  • Em 1990, ano de sua morte, Rubem Braga visitou sua antiga casa pela última vez;
  • Em 2017, após a reabertura do espaço como centro cultural, foi plantado, no jardim, um pé de figo, em homenagem à Anna Graça Braga, irmã caçula de Rubem Braga, última moradora da casa. Falecida em 2013, Gracinha, como era conhecida, fazia doces com os frutos que colhia de seu quintal.

Nossa casa era bem bonita, com varanda, caramanchão e o jardim grande ladeando a rua. Lembro-me confusamente de alguns canteiros, algumas flores (…) Era uma grande riqueza, uma árvore tão sagrada como o fruta-pão e o cajueiro do alto do morro, árvores de nossa família, mas conhecidas por muita gente na cidade (…),

Os Trovões de Antigamente, Rubem Braga, 1973.

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