PF afirma ter descoberto esquema que clonou 3.300 viaturas do Exército

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PF afirma ter descoberto esquema que clonou 3.300 viaturas do Exército

Uma investigação da Polícia Federal fez com que 95 servidores do Detran, sendo 85 de São Paulo, fossem afastados de suas funções, sob a suspeita de terem contribuído para clonagem de 10 mil veículos, sendo 3.300 do Exército brasileiro.

A investigação da PF aponta que as fraudes veiculares, consideradas crimes federais, geraram um prejuízo de R$ 500 milhões.

O Detran de São Paulo afirmou, em nota, ter afastado todos os servidores assim que informado sobre as supostas irregularidades.

Além dos profissionais, também foram inativados 20 despachantes e suspensos os serviços de uma empresa responsável por realizar laudos de vistoria para o órgão.

A PF afirma investigar desde o fim de 2020 supostas clonagens de veículos, com suspeitos em 11 estados. Foram cumpridos, nesta quinta-feira (24), 82 mandados de busca e apreensão, além de seis de prisão. A ação contou com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Ao todo, cinco pessoas foram presas até o momento. Os locais das detenções não foram informados. Carros de luxo, dinheiro e documentos também foram apreendidos. A instituição investiga a origem deles.

O delegado da Polícia Federal Elmer Coelho Vicenzi afirmou que o Exército ajudou a identificar as viaturas operacionais emplacadas indevidamente.

O policial explicou que a fraude ocorre na fase de précadastro de veículos, quando saem da fábrica.

"O veículo sai da fábrica e recebe um número de chassi, aí entra no banco de dados do Renavam [Registro Nacional de Veículos Automotores]. Contudo, quando o veículo é vendido, exportado, ou adquirido pelo Exército, por exemplo, a alimentação com dados ao Renavam é interrompida. Ou seja, os criminosos usam essa brecha para obter o número dos chassis e usam eles para 'esquentar' [legalizar] outros veículos, em alguns casos roubados", explicou em coletiva de imprensa nesta quinta.

A suposta participação dos funcionários do Detran, apontam as investigações, seria justamente em contribuir para a clonagem deste tipo de veículo mencionado pelo delegado.
Os suspeitos, ainda de acordo com as investigações, faziam o abatimento ilegal dos veículos –sendo a maioria caminhonetes– e os emplacavam indevidamente.

Com isso, eles conseguiam abatimento entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, vendendo em seguida os veículos, sem recolhimento de impostos.

Dos R$ 500 milhões de prejuízos estimados pela PF, cerca de R$ 35 milhões já foram recuperados, em dez meses de trabalho.

Além dos 85 funcionários do Detran afastados de São Paulo, também foram demovidos de seus cargos, a pedido da Justiça, outros sete em Tocantins, além de três em Minas Gerais.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de inserção de dados falsos, financiamento fraudulento, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os mandados de busca e apreensão, assim como os de prisão, foram cumpridos por 400 agentes federais em São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná, Pernambuco e Maranhão.

Chamada de Fiat Lux, a ação terá continuidade para determinar a suposta participação de cada um dos investigados no esquema.

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