Moradores da capital alagoana protestaram contra a orientação para deixarem suas casas o mais rapidamente possível
Moradores das comunidades Flexal de Baixo e Flexal de Cima, em Bebedouro, bairro vizinho ao Mutange, onde está localizada a mina da Braskem que pode desabar, fizeram nesta sexta-feira (1ª) um protesto contra a orientação para deixarem suas casas às pressas. Não há ordem de evacuação, mas a Defesa Civil recomendou que as famílias se abriguem em escolas municipais por precaução. Cobramos isso [realocação] por muito tempo e ninguém fez nada”, disse o líder comunitário Ronaldo Silva, de acordo com o relatos do portal G1.
Existe o risco de afundamento de terrenos por causa das atividades da mineradora Braskem. O solo de uma das 35 minas da Braskem para extração de sal-gema em Maceió que estava sob risco iminente de desabar já cedeu 1,87 m entre os dias 28 e 30 de novembro. Na capital alagoana, mais de 14 mil imóveis foram desocupados em 5 bairros da cidade, afetando 55 mil pessoas.
As famílias cobram realocação há anos, desde que a desocupação começou, em 2019. “Aqui não é um desastre natural, como fortes chuvas. O que está acontecendo aqui é fruto da extração desordenada da sal-gema feita pela Braskem. Por isso, a mineradora tem obrigação em retirar a gente e dar um local digno”, afirmou Silva.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar a mineradora Braskem e prometeu ir ao Supremo Tribunal Federal caso a CPI não seja instalada. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu ajuda do governo federal para o estado. Os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Renan Filho (Transportes) foram a Maceió para ajudar as famílias que precisaram deixar suas casas.