Apoiadores do Fuerza Patria celebram a vitória da coalizão com bandeiras argentinas e cartazes de Axel Kiciloff e Verônica Magario (Foto: Telesur)
As eleições legislativas realizadas neste domingo (7) na província de Buenos Aires representaram um duro golpe para o presidente argentino Javier Milei. Segundo informações da Telesur e C5N, o peronismo, reunido na coalizão Força Pátria, conquistou uma vitória expressiva e consolidou sua posição como principal força de oposição ao governo direitista de Javier Milei.
De acordo com a contagem provisória da Junta Eleitoral da Província, a Força Pátria, liderada pelo governador Axel Kicillof, obteve 46,93% dos votos, superando por mais de 13 pontos a aliança formada por La Libertad Avanza e o PRO, que ficou em segundo lugar com 33,86%. A coalizão Somos Buenos Aires alcançou 5,41%, enquanto a Frente de Izquierda-Unidad obteve 4,38%.
O ministro de Governo da província, Carlos “Carli” Bianco, destacou a amplitude da vitória:
“Estamos vencendo em 6 dos 8 distritos eleitorais e em 99 dos 135 municípios da província de Buenos Aires. Os resultados foram realmente avassaladores a favor da nossa força política.”
Com 14,3 milhões de eleitores, Buenos Aires representa mais de 37% do eleitorado nacional, o que torna esse resultado um termômetro relevante para as eleições legislativas marcadas para 26 de outubro. A participação, porém, foi menor que o esperado: 64%, abaixo da média histórica de 75%.
Além das cadeiras na assembleia provincial — 23 senadores, 46 deputados e seus suplentes —, foram eleitos vereadores e conselheiros escolares em 135 municípios. Pela primeira vez em 42 anos de democracia, a votação legislativa provincial ocorreu de forma separada da nacional.
Desgaste do governo Milei
A derrota do governo ocorreu em meio a denúncias de corrupção que envolvem Karina Milei, irmã e secretária-geral da presidência, investigada por esquemas de propinas na Agência Nacional para Deficientes. Paralelamente, as políticas de arrocho e cortes sociais impulsionaram a rejeição popular.
O analista internacional Javier Romero avaliou o resultado como um marco:
“É um duro golpe nas ambições hegemônicas de Javier Milei, que pensava estar tomando tudo para si. O presidente não melhorou a vida dos argentinos, fez cortes brutais em todos os benefícios sociais, triplicou os preços dos serviços públicos e a renda média caiu em um terço.”
Esse cenário fortalece a imagem de Axel Kicillof, já visto como potencial candidato presidencial para 2027.
As eleições em Buenos Aires expuseram a fragilidade da base de apoio de Javier Milei e abriram caminho para uma disputa ainda mais intensa na arena nacional. O resultado fortalece o peronismo.