A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) está prestes a produzir a primeira vacina humana 100% nacional. Isso porque a SpiN-Tec, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela universidade em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Minas, deve avançar para a fase de testes em humanos nas próximas semanas.
Segundo as instituições, as aplicações em animais já foram realizadas e o medicamento avançará para a próxima etapa assim que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizar os testes clínicos. O pedido para a realização da avaliação em humanos foi protocolado na Anvisa em julho de 2021. Nesta semana, os pesquisadores enviaram os documentos necessários. Eles aguardam a análise e a aprovação da agência para iniciar os estudos clínicos.
Ainda segundo os professores da CTVacinas da UFMG, que coordenam a pesquisa, uma vez dada a aprovação, a SpiN-Tec passará por avaliações primárias e secundárias. Em um primeiro momento, será atestada a segurança da vacina, levantando-se os possíveis efeitos colaterais.
Já nos testes secundários, será avaliada a garantia de proteção do organismo contra o vírus, através do teste do nível de anticorpos gerados pelo corpo e da resposta dos linfócitos.
A vacina SpiN-Tec é feita da proteína “quimera”, espécie de insumo que potencializa a resposta imune do corpo humano. A quimera é resultado da fusão de outras duas proteínas, a S e a N.
“Essa associação confere à SpiN-Tec um diferencial em relação aos demais imunizantes, que contemplam apenas a proteína S, na qual ocorrem a maior parte das mutações do vírus e a eficiência dos anticorpos neutralizantes. Já a proteína N é menos sujeita às mutações que geram novas variantes”, explicou a Fiocruz em comunicado.