Agentes da Vigilância Sanitária de Itapemirim, devidamente apoiados pela GCM e Polícia Civil, se deslocaram nesta quinta-feira (19) até o balneário de Itaipava para atender a uma denúncia sobre a instalação de um abrigo clandestino para idosos.
Ao chegarem ao local apontado, os agentes comprovaram as denúncias e constataram as condições inadequadas em que os idosos estavam submetidos.
Ainda na segunda-feira passada, os agentes chegaram a ir até ao local, mas foram impedidos de entrar pela dona do imóvel, que alegou ter alugado a casa para veranistas.
Diante do impedimento, os agentes abortaram a abordagem, mas na terça-feira, uma equipe de enfermagem do posto de saúde do bairro relatou ter atendido um idoso para fazer curativos e ele deu como residência a tal casa de terapia, o que foi relatado novamente à Vigilância Sanitária, que voltou ao local ontem, acompanhado da enfermeira e do médico da unidade de saúde que atenderam o idoso.
O imóvel onde funcionava o abrigo fica próximo ao terminal pesqueiro de Itaipava e foi interditado pela Vigilância Sanitária.
Entenda o caso
O Departamento de Vigilância Sanitária recebeu uma denúncia com informações de que havia um abrigo ilegal.
A equipe fez uma visita na segunda-feira, a proprietária do “abrigo clandestino” informou que havia alugado a casa para veraneio. E não deixou a equipe entrar.
No entanto a equipe de enfermagem da unidade de saúde do bairro atendeu um senhor que foi ao local fazer curativo e disse que estava em uma casa de terapia. O que reforçou as suspeitas. Diante disso, na data de ontem, a vigilância voltou ao local com a enfermeira e o médico da unidade, mas não foram recebidos.
O caso havia sido apresentado para a polícia civil, que realizou a operação na manhã de hoje.
A operação contou com a participação da Secretaria de Saúde (Vigilância Sanitária, Farmácia, Enfermeira é Médico), Guarda Municipal, Secretaria de Assistência Social e Cidadania.
Fatos narrados pelo Delegado da Regional da Polícia Civil
– A casa contava com 12 internos (entre eles idosos, dependentes químicos, e pessoas com problemas psiquiátricos. Sendo 11 homens e 1 mulher).
– Não havia nenhum tipo de autorização para funcionamento de abrigo. O espaço estava irregular, sem qualquer registro ou solicitação.
– O local não contava com serviços médicos, enfermaria, cozinheira, segurança. Inclusive oferecia risco, por ter escada.
– Além disso estavam no local uma mulher e duas crianças (2 e 7 anos). A mulher era filha de uma interna, e informou morar no Rio de Janeiro e disse que estava há 15 dias em Itapemirim visitando sua mãe.
– No local foram encontrados muitos medicamentos, inclusive fora de suas embalagens, e sem a devida descrição de nome, dosagem, validade.
– A casa era alugada. A locadora, identificada como Márcia M. Zamber (foto acima), que se intitulava como presidente de uma instituição denominada “Pescadores de Almas” foi detida e encaminhada para a delegacia, junto com o seu companheiro.
-De acordo com o delegado na cozinha tinha comida insuficiente para o número de pessoas que residia na casa.
-O delegado informou ainda que a mulher detida ficava com alguns cartões e recebia transferência de familiares de pacientes.
Destinação dos internos
Os internos estão sendo direcionados para a casa de parentes ou para instituições legalizadas.
Atualização das providências tomadas
Dez pessoas foram encaminhadas para casa de familiares (Castelo, Venda Nova do Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim, Brejetuba e Vargem Alta).
Duas, com deficiência mental que estavam entre os ocupantes do imóvel serão internados em unidades de saúde até que suas famílias sejam localizadas pelas autoridades.
A mulher que estava com duas crianças na casa também foi liberada.
Veja abaixo o relato do médico e da enfermeira que acompanharam a interdição da ‘casa de terapia’.