Procuradores da República de vários estados brasileiros, inclusive do Espírito Santo, enviaram ao Ministro Alexandre de Morais, que preside o TSE, pedidos para abrir investigação contra empresários que estariam financiando os atos anti-democráticos espalhados pelo país desde o último dia 30 de outubro, quando aconteceu o segundo turno da eleições, provocando trancamento de rodovias e gerando prejuízos diários calculados, pela federação do comércio e das indústrias, em torno de R$ 2 bilhões diários.
O pedido foi acatado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou a apuração das denúncias apresentadas pelos procuradores que apontam a existência de uma organização criminosa de empresários que financiam e ajudam a coordenar os bloqueios bolsonaristas em rodovias do país inteiro
O pedido tem destaque para os Procuradores-gerais de Justiça de São Paulo, de Santa Catarina e do Espírito Santo. Eles repassaram ao ministro Alexandre de Moraes durante reunião desta terça-feira (8), quando entregaram um levantamento com informações que podem ajudar a identificar os empresários responsáveis por estruturar e sustentar os atos golpistas. Tais empresários estariam fornecendo banheiros químicos, ônibus e alimentos para que os bolsonaristas continuem a obstruir rodovias.
"Ainda são dados incipientes para informarmos quantos empresários ou qual o valor envolvido. Mas vamos fazer um grande cruzamento de dados. O TSE vai nos fornecer algumas informações, nós trouxemos outras. E vamos trabalhar em conjunto contra qualquer movimento que possa atentar contra a democracia", disse o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubo.
Além disso, também será investigada a atuação de empresários bolsonaristas para boicotar empresas que defendem o respeito à eleição de Lula. Houve denúncias no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, por exemplo, de listas compartilhadas em grupos nas redes sociais que trazem nomes de comerciantes que supostamente apoiaram Lula nas eleições deste ano. "A divulgação dessas listas representa um embaraço à livre iniciativa do comércio", disse a procuradora-geral de Justiça do Espírito Santo, Luciana Andrade.