As altas temperaturas registradas em todo o Estado nos meses de março e abril trouxeram consequências diretas às notificações de casos da dengue no Espírito Santo. Só nas últimas quatro semanas epidemiológicas de 2022 (SE 13, 14, 15 e 16), correspondentes ao período de 27 de março a 23 de abril, a Secretaria da Saúde (Sesa) registrou 45,3% de todas as notificações do ano: 2.348 casos do total de 5.173 desde janeiro.
Segundo o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental, Roberto Laperriere Júnior, a questão climática é um dos fatores que proporciona o aumento de novos casos, não somente da dengue, mas das demais arboviroses, como Zika e Chikungunya.
“A dengue é considerada uma doença endêmica, temos durante todo o ano, mas sabemos que a questão climática auxilia no ciclo de reprodução do mosquito. Os dias mais quentes, principalmente sucedidos de chuvas, formam o cenário ideal para o Aedes aegypti, uma vez que o calor acelera o ciclo do mosquito”, explicou Laperriere.
E o calor do mês de abril, mesmo no outono, já marcou um dos maiores aumentos de casos notificados, quando comparado aos últimos três anos.
“São dados que monitoramos diariamente e, apesar do aumento nessas semanas, temos tido uma redução nos casos notificados quando comparado especialmente a 2019, ano que registramos mais de 70 mil casos. É uma redução de 79% entre as semanas epidemiológicas e para que isso continue, precisamos garantir todo cuidado no combate ao mosquito”, reforçou o profissional.
A eliminação do Aedes aegypti, segundo Roberto Laperriere, é um fator de influência direta nos novos casos. Por isso, mesmo com a possibilidade de manutenção do calor para os próximos dias, o trabalho contínuo no combate dos criadouros das arboviroses deve ser intensificado.
“Quanto mais trabalhamos conjuntamente em prol da eliminação dos criadouros, mais resultados positivos teremos. Independentemente do fator clima, podemos fazer a nossa parte para reduzir o número de casos no Estado. Como Secretaria da Saúde, temos intensificado nossas visitas em especial aos municípios com tendência de alta no número de casos, para acompanhar, monitorar e também capacitar os profissionais”, frisou.
Veja aqui o 16º boletim da dengue.
Veja aqui o 16º boletim de zika.
Veja aqui o 16º boletim chikungunya.