Lópes Obrador, presidente do México
Onze presidentes latino-americanos se reuniram virtualmente nesta quarta-feira (5) e concordaram em um plano para reduzir a inflação, com o objetivo de facilitar o intercâmbio de produtos básicos e bens intermediários. O compromisso foi anunciado pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e inclui Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Honduras, Venezuela e São Vicente e Granadinas.
“Podemos fazer trocas econômicas, comerciais, se concordarmos e removermos obstáculos, tarifas, medidas sanitárias e cada país tiver algo a oferecer. Tudo para que alimentos e produtos básicos possam chegar a um preço melhor”, declarou López Obrador em seu discurso.
A ideia é que a remoção de obstáculos, tarifas e medidas sanitárias entre os países facilite a troca de produtos, principalmente aqueles da cesta básica e bens intermediários, levando a preços mais baixos para a população mais pobre e vulnerável. Os dirigentes concordaram em avançar na definição de facilidades comerciais, logísticas e financeiras para que essa troca ocorra em melhores condições.
Para atingir este objetivo, foi acordada a criação de um “grupo de trabalho técnico” constituído por representantes governamentais de cada país, que definirá as medidas de cooperação centradas “particularmente” nos “fertilizantes químicos e orgânicos”. Esse grupo poderá estabelecer um plano de ação para implementar medidas de facilitação do comércio para enfrentar o aumento dos preços de produtos básicos e “insumos para contribuir com a segurança alimentar e nutricional”, incluindo a “transferência de tecnologia e cooperação em capacitação”.
Os delegados também vão analisar a viabilidade e as ações para conseguir um acesso mais ágil aos produtos por meio de melhores condições logísticas, priorizando, “quando possível”, medidas para remover obstáculos e “harmonizar” as regulamentações e certificações sanitárias e fitossanitárias. Além disso, o grupo recomendará medidas para agilizar o trânsito de produtos por portos e fronteiras e o intercâmbio de máquinas e tecnologia para favorecer a produtividade agrícola, além de promover o acesso ao crédito e o aumento do financiamento multilateral de projetos agrícolas, infraestrutura agroindustrial e de transportes.
Os onze participantes trabalharão nos termos dos compromissos assumidos na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) realizada na Argentina em janeiro e convidaram outros países da região a aderir a esta iniciativa. No entanto, declararam estar “cientes” dos acordos comerciais que cada Estado mantém, dos compromissos derivados de sua participação em outros mecanismos de cooperação e integração econômica, bem como de suas negociações internacionais em andamento e “da situação particular” de cada um.