Prefeitura dá dicas de como lidar com esse molusco invasor e evitar riscos à saúde
A Prefeitura de Piúma vem alertar a população sobre os cuidados e ações de controle necessários para conter o avanço dessa espécie que tem causado preocupação em diversas regiões do país: o caramujo africano (Achatina fulica). Introduzido no Brasil na década de 1980 como uma alternativa comercial ao escargot, o molusco acabou se tornando uma praga e, atualmente, está presente em quase todos os estados brasileiros. Com alta capacidade de reprodução, ele representa riscos tanto à biodiversidade quanto à saúde pública.
Os caramujos africanos são moluscos hermafroditas, mas precisam de outro indivíduo para se reproduzir. Eles atingem a fase adulta em até cinco meses e podem depositar ovos quatro vezes durante a vida, com até 600 ovos por vez. Esses ovos, de cor amarelo-claro e formato esférico, ficam geralmente escondidos sob a terra. O controle mais eficaz se dá pelo recolhimento manual, sempre utilizando luvas descartáveis ou sacos plásticos para evitar o contato direto com o molusco. A terra deve ser revirada para localizar os ovos, que devem ser colocados em sacos plásticos e quebrados antes do descarte.
Para eliminar os caramujos adultos, é recomendado queimá-los em latas ou tonéis, depois quebrar as conchas e enterrar os restos. Não se deve descartá-los no lixo comum, pois isso pode favorecer a propagação da infestação. Também não é indicado o uso de venenos, que podem causar danos ao meio ambiente e não têm eficácia comprovada contra o molusco. Além disso, é essencial eliminar os possíveis abrigos dos caramujos. Telhas, tijolos, entulhos de construção e excesso de vegetação devem ser evitados nos terrenos, pois funcionam como criadouros para a espécie.
Mesmo após a eliminação dos caramujos adultos, o trabalho deve continuar. Isso porque os ovos podem permanecer no solo e eclodir com a combinação de calor e chuva, tornando a presença do caramujo persistente em algumas áreas. Por isso, é necessário manter o monitoramento constante e repetir o processo de coleta sempre que surgirem novos focos.
A participação da população é fundamental nesse processo. Em caso de dúvidas ou para mais orientações, os moradores podem procurar a equipe de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde.