Os caças mais avançados que são operados na Ucrânia são os russos Su-27
O alto representante da União Europeia para Relações Exteriores, Josep Borrell, revelou que um pacote de 450 milhões de euros de “ajuda letal” para a Ucrânia incluirá caças, com todas as armas entregues pela Polônia. Borrell também disse que cerca de metade das reservas do Banco Central da Rússia seriam congeladas.
Falando horas depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que o bloco “financiaria a compra e entrega de armas e outros equipamentos” para a Ucrânia, Borrell revelou que o pacote de “ajuda letal” da UE seria de 450 milhões de euros (US$ 501 milhões), com outros 50 milhões de euros (US$ 55.744) destinados a ajuda não letal, incluindo combustível e suprimentos médicos.
"Certamente, vamos fornecer armas… vamos fornecer até jatos de combate", disse Borrell a repórteres. “Não estamos falando apenas de munição.”
Borrell acrescentou que o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, havia solicitado caças que os pilotos ucranianos poderiam operar e que esses jatos poderiam ser adquiridos de certos países da UE. A Força Aérea Ucraniana usa jatos MiG-29 e Sukhoi Su-24, Su-25 e Su-27 projetados pelos soviéticos em funções de combate, e com o Su-25 usado pela Bulgária e o MiG-29 usado pela Polônia, Bulgária e Eslováquia, os jatos provavelmente serão provenientes desses países.
Borrell disse que a ajuda militar será entregue à Ucrânia via Polônia, embora não tenha especificado se os jatos serão levados para a Ucrânia ou atravessando a fronteira.
O principal diplomata da UE também anunciou que as sanções financeiras congelariam “cerca de metade das reservas financeiras do banco central russo”. Metade das reservas da Rússia estão em bancos nos países do G7, afirmou Borrell, explicando que a UE não pode bloquear a outra metade localizada na Rússia ou em qualquer outro lugar.
Embora as nações individuais da UE, assim como o Reino Unido e os EUA, tenham prometido reservas de ajuda militar à Ucrânia nos últimos dias, a ação do bloco é sem precedentes.
Chega quatro dias após a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, que foi lançada após meses de negociações com o Ocidente sobre as aspirações de Kiev de se tornar membro da OTAN. A Rússia há muito considera a ideia da Ucrânia se juntar à aliança um risco de segurança inaceitável, mas os líderes em Kiev, Washington e Bruxelas se recusaram a descartar a adesão da Ucrânia ao pacto da Guerra Fria.
Delegações da Ucrânia e da Rússia planejam se reunir na Bielorrússia na segunda-feira para negociações provisórias.