Estudo inédito foi realizado na Universidade Comunitária de Chapecó, em Santa Catarina
Um estudo inédito realizado na Universidade Comunitária de Chapecó (Unochapecó), em Santa Catarina, descobriu novas plantas capazes de afastar o mosquito da dengue.
As espécies citadas na pesquisa são a unha-de-gato (Uncaria tomentosa), casca d’anta (Drimys brasiliensis) e o crisântemo (Dendranthema grandiflorum).
Os resultados são animadores, uma vez que as espécies poderiam fortalecer no combate à doença transmitida pelo Aedes aegypti. Somente em janeiro de 2024, o Brasil já acumula cerca de 200 mil casos prováveis da doença, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
Enquanto o óleo extraído das duas primeiras plantas possuem efeito larvicida, ou seja, conseguem eliminar a presença do Aedes Aegypti ainda no estágio larval, o principal benefício do crisântemo é o seu efeito repelente ao mosquito.
De acordo com Enio Pedrotti, doutor em fisiologia vegetal, isso ocorre, pois determinadas plantas produzem óleos com odor desagradável aos insetos.
“Moléculas oriundas do metabolismo secundário produzem este composto como forma de autodefesa. Algumas não são comidas pelos mosquitos por exalar cheiro, também é uma forma de proteção contra pragas”, explica à Globo Rural.
Nesta fase da pesquisa, os especialistas da Unochapecó se limitaram a analisar os dados de Santa Catarina, considerando 1.500 municípios localizadas na fronteira brasileira.
O projeto foi realizado em parceria com a Universidade Nacional de Misiones, na Argentina, e com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina. O objetivo é realizar um diagnóstico sobre a doença na região.
Já são mais de 4 mil casos prováveis no Estado somente em janeiro de 2024. A quantia representa um aumento de 900% em relação ao mesmo período do ano passado.
O próximo passo será identificar geneticamente os tipos de vírus que estão presentes no mosquito Aedes aegypti para possibilitar tratamentos mais assertivos.
“Quando a pessoa adoece é feito um exame para saber qual vírus a atacou. Temos a identificação no sujeito doente, mas não no vetor”, afirmou a professora Maria Assunta à Agência de Notícias da Secretaria de Comunicação Social de Santa Catarina.