Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o Espírito Santo tem uma média de sete mortes por afogamento por mês.
O dado foi apresentado pelo membro voluntário Marcelo Ribeiro de Castro aos deputados da Comissão de Cidadania nesta terça-feira (22).
De acordo com os dados apresentados pelo palestrante, apenas em janeiro deste ano houve 23 óbitos por afogamento no estado; número maior que os 16 registrados no mesmo mês em 2021.
“E quantas mortes nós teremos agora em janeiro de 2023?”, questionou. Marcelo falou sobre a necessidade de criação do Programa Capixaba de Prevenção ao Afogamento e a instituição de datas como a Semana Estadual de Prevenção ao Afogamento.
O voluntário sugere que a data seja lembrada na segunda semana do mês de novembro (mesma época em que é realizada a semana latino-americana sobre o tema), e o Dia Estadual de Prevenção ao Afogamento, a ser celebrado anualmente em 25 de julho (data da Organização Mundial da Saúde).
O membro da Sobrasa disse que a semana de debates sobre o tema já existe no Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Distrito Federal, Amazonas e outros estados.
Os deputados Luciano Machado (PSB) – presidente do colegiado – e Iriny Lopes (PT) apoiaram as propostas apresentadas e disseram que apresentarão projeto de lei sobre o tema.
Mais dados
Marcelo Ribeiro de Castro apresentou outros dados referentes a afogamentos no mundo, no Brasil e Espírito Santo. Em âmbito mundial, 235 mil pessoas morrem afogadas anualmente.
No Brasil, a média é de 16 óbitos por afogamento todos os dias. Em 2020, ano de pandemia em que muitas pessoas estavam em casa, foram 5.818 mortes no Brasil.
No país, o afogamento é a primeira causa de morte não intencional em crianças de 1 a 4 anos e a segunda em crianças de 5 a 9 anos.
Cinquenta e cinco por cento das mortes na faixa de um a nove anos ocorrem em piscinas e residências. Foi o que aconteceu no dia sete de novembro, em São José do Calçado, quando uma bebê de um ano e três meses morreu afogada na piscina de casa.
Quatro crianças morrem afogadas diariamente no Brasil. A cada três dias uma criança morre afogada em casa. E 45% dos afogamentos se concentram no período de verão, entre os meses de dezembro e março.
No Espírito Santo, foram 87 vidas perdidas em 2017 e 86 em 2018. Em 2018, foram realizados mais de 1.700 resgates em praias, rios, lagoas e cachoeiras no estado.
O maior número de resgates foi feito nas praias de Vila Velha. Os dados foram compilados pela Sobrasa, com informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) existe desde 1995 e reúne guarda-vidas, médicos, surfistas, pescadores e outros profissionais voluntários atuantes na área de segurança aquática. É uma entidade sem fins lucrativos, que funciona como um conselho profissional e atua para reduzir os afogamentos e incidentes aquáticos.
Participantes
Além dos deputados e do palestrante, também participaram do encontro o vereador de Vila Velha Joel Rangel (PTB); o secretário de Educação de Vila Velha, Rodrigo Simões; e o guarda-vidas e membro voluntário da Sobrasa Maxmiliano Domingos Moreira.