Quando o assunto é pesquisa, exploração e produção de petróleo e gás, o Espírito Santo é destaque. O Estado é o terceiro maior produtor de óleo e o quarto de gás natural do país e abriga algumas das maiores companhias do setor.
Três delas – Shell, Petrobras e Equinor – anunciaram nesta terça-feira (02), durante o ES Oil&Gas, evento integrado à feira Mec Show e organizado em parceria com o Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia (FCPGE), alguns dos investimentos que planejam fazer no Estado nos próximos anos.
As multinacionais preveem investir na instalação de nova plataforma, na perfuração de poços offshore (mar) e no descomissionamento de estruturas, o que irá gerar oportunidades de negócios para a cadeia de fornecedores locais, além de empregos diretos e indiretos.
As informações foram apresentadas durante o painel “O estado do Espírito Santo nas atividades offshore”, mediado pelo consultor de Infraestrutura e Energia da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Luis Claudio Montenegro. Na ocasião, foram debatidas oportunidades de negócios e o cenário de investimentos.
“É importante que os fornecedores conheçam as oportunidades disponíveis para o Espírito Santo e como devem se posicionar para aproveitar da melhor forma possível os investimentos que serão feitos nos próximos anos pelas multinacionais”, relatou Montenegro.
Com uma produção de 140 mil barris em três plataformas localizadas em águas profundas do Espírito Santo, a gerente geral da UN-ES Petrobras, Eduarda Lacerda, anunciou que uma nova plataforma será instalada no litoral Sul capixaba no final de 2024. Ainda segundo ela, estão previstos projetos de novos poços e o remanejamento de outros.
A executiva não detalhou valores durante o evento, mas em ocasiões anteriores a Petrobras divulgou que a chegada do FPSO Maria Quitéria representaria investimentos da ordem de R$ 5,6 bilhões. A nova plataforma vai extrair óleo e gás da camada pré-sal no campo de Jubarte, na região petrolífera denominada Parque das Baleias. O empreendimento, quando estiver operando, deve produzir 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Contribuindo com o desenvolvimento do Espírito Santo também está a Shell, que opera desde 2009 em quatro campos e alcançou uma produção média de 42 mil barris por dia. A multinacional anglo-holandesa, que está em processo de descomissionamento (desmonte) de algumas estruturas, também está investindo em transição energética.
“Possuímos campo em descomissionamento em área de influência do Rio de Janeiro. E para o projeto, a capacitação de profissionais nesse nicho e disponibilidade é muito importante. Vejo que o Espírito Santo deve se preocupar com a capacitação de mão de obra qualificada, mas também se profissionalizar sobre sustentabilidade, em temas como licenciamento ambiental e destinação correta no descarte de produtos, por exemplo”, destacou o gerente de Segurança e Meio Ambiente da Shell, Valdir Pessoa.
Já o diretor de Contratações e Suprimentos da Equinor do Brasil, Rafael Tristão, falou dos investimentos já feitos no país pela empresa, que somam mais de 11 bilhões de dólares. E a novidade são os planos de investir mais US$ 15 bilhões até o final de 2030.
“Temos portfólio de projetos diversos, procuramos trabalhar com o mercado de fornecedores de forma ampla, incluindo o mercado capixaba”, disse.
Tristão também elencou que alguns atrativos para a Equinor trabalhar com fornecedores capixabas são os benefícios fiscais e a proximidade com a base operacional em Porto do Açu.
“De cinco anos pra cá, duplicamos a quantidade de fornecedores capixabas que fazemos negócios, e quintuplicamos os investimentos com esses fornecedores de bens e serviços. Estamos vivendo um momento positivo de atividade, e o mais importante é que haja fornecedores capazes de entregar com qualidade os produtos e serviços”.
Mais sobre o setor de petróleo e gás
No Espírito Santo, até 2025, são esperados R$ 8,1 bilhões de investimentos no setor de petróleo e gás natural. São 19 projetos de descomissionamento aprovados para a Bacia do Espírito Santo, sendo 18 em terra e um no mar. Além de R$ 2,4 bilhões de investimentos previstos para o descomissionamento de 680 poços de 2022 a 2026, conforme levantamento do Anuário da Indústria de Petróleo e Gás produzido pela Findes.
O setor também gera empregos qualificados, renda, impostos, movimenta a cadeia de fornecedores, além de estimular o ambiente inovador. A representatividade do segmento é de 25,4% no valor adicionado da indústria geral do ES, gerando 11,6 mil empregos diretos.
ES Oil&Gas
O Espírito Santo é sede de um dos principais eventos voltados ao segmento de petróleo e gás natural no Brasil, o ES Oil&Gas, que está acontecendo entre os dias 2 a 4 de agosto, no Pavilhão de Carapina, na Serra.
Integrado a Mec Show – Feira da Metalmecânica + Inovação Industrial, o ES Oil&Gas conta com conferências, palestras e rodadas de negócios, que acontecem simultaneamente, provocando o debate de ideias em torno do potencial do mercado capixaba, além da busca de novas tecnologias para exploração e produção.
O evento reúne fornecedores, investidores e os principais players do mercado, possibilitando oportunidades de negócios e potencializando a cadeia de petróleo e gás.
Programação auditório ES Oil&Gas | 4 agosto
15h às 15h30, Abertura
Heloisa Borges Esteves, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da EPE
Fernanda Delgado, diretora Executiva Corporativa do IBP
Luis Claudio Montenegro, responsável pela Integração de Interesses da Indústria do Estado do Espírito Santo – FINDES
15h30 às 16h30, Painel 7: Eólica offshore
Sandro Yamamoto, diretor técnico da Abeeólica
16h45 às 17h45, Painel 8: Novas soluções para transição energética
Karine Fragoso, diretora Geral ONIP
Luis Claudio Montenegro, responsável pela Integração de Interesses da Indústria do Estado do Espírito Santo – FINDES
Augusto Carvalho, account Director and Sustainability Manager at Schlumberger
Heloisa Borges Esteves, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis na EPE
18h às 19h30, Painel 9: Processos de Descarbonização
Fernanda Delgado, diretora Executiva Corporativa do IBP
Fernando Borensztein, diretor de Novos Negócios e Sustentabilidade de OceanPact
Viviana Canhão, executive Climate Manager Petrobras