Após matéria publicada na coluna do jornalista Vitor Vogas, de A Gazeta do último dia 4 de fevereiro, replicada no Portal de O JORNAL (http://www.ojornalonline.com.br/ler.asp?codigo=4078), denunciando a farra de nomeações familiares na Prefeitura de Itapemirim, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) deu início a investigação para apurar o caso.
A instauração de procedimento investigatória foi aberta pela Promotoria de Justiça de Itapemirim, que já determinou diligências para apuração das denúncias colocadas.
Nas denúncias levantadas pelo jornalista, o prefeito Thiago Peçanha determinou, por meio de nomeações, a contratação de 18 parentes em cargos distribuídos em vários escalões da administração municipal, dentre os quais estão irmãos, primos e agregados.
Pelos cálculos auferidos pela reportagem, só de salários mensais, os cofres públicos arcam com cerca de R$ 108 mil com o pagamento dos familiares do prefeito.
De acordo com o mesmo levantamento, o valor dispendido com os salários pode ser ainda maior, tendo em vista que alguns comissionados ainda não tiveram seus dados publicados no Portal da Transparência do Município.
O prefeito insiste em afirmar que os números foram inflados pela oposição política, numa tentativa de ludibriar o jornalista.
Segundo nota em resposta ao jornal A Gazeta, o prefeito só reconhece dois parentes nomeados – a irmã Adriana Peçanha Lopes Barbosa, que desempenha a função de secretária municipal de Assistência Social e Cidadania, além do primo Edvaldo de Andrade Peçanha, que é assessor de gabinete. Segundo o prefeito, ambos com notória capacidade técnica para ocuparem os cargos.
Thiago, que foi reeleito prefeito nas eleições de novembro de 2020, também sofreu, na última sexta-feira (05), a cassação de seu mandato para o cargo. A decisão foi proferida pelo juiz Romilton Alves Vieira Junior, titular da 22ª Zona Eleitoral de Itapemirim, sob a acusação de abuso de poder político, ao utilizar a máquina pública para conquistar vitória no pleito eleitoral de novembro de 2020.
A nomeação de estagiários foi a tônica da sentença de cassação dos mandatos do prefeito e de seu vice. No levantamento feito, o magistrado entendeu que o abuso se caracterizou com o aumento de 60% no número de contratação de comissionados em 2020 numa comparação com o ano anterior. Passou que houve de 401 em 2019 para 610 no ano seguinte. No caso dos servidores contratados, o aumento foi ainda maior. Em 2019 eram 171 contratados, enquanto em 2020 esse número alcançou 946 contratados, um acréscimo de 510%.