Lula elogia trégua entre Israel e Hamas e enfatiza necessidade de solução “política e duradoura” para o conflito

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Redação

Presidente Lula discursou na Cúpula Virtual do G20, organizada pela Índia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quarta-feira (22) o acordo de trégua entre Israel e Hamas e salientou a importância de criar as condições para uma “saída política e duradoura” para a guerra de Israel contra os palestinos.

“Quero saudar o acordo anunciado hoje entre Israel e o Hamas, que envolve a libertação de reféns (mulheres e crianças) em troca de uma trégua temporária de 4 dias e da libertação de prisioneiros palestinos (mulheres e crianças)”, disse Lula ao discursar na Cúpula Virtual do G20, organizada pela presidência da Índia.

“Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina”, acrescentou o presidente.

Ele também disse que o conjunto de desafios enfrentados pelo mundo atualmente, amplificados pela guerra no Oriente Médio, exigem “vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais”.

Em relação à presidência brasileira do G20 em 2024, Lula disse que um dos objetivos centrais será discutir formas de “fortalecer a governança global para lidar com antigas e novas questões. Uma maior diversidade de vozes precisa ser levada em conta”.

Leia o discurso de Lula na íntegra

Meus amigos e minhas amigas,

Quero, uma vez mais, reiterar meus cumprimentos ao primeiro-ministro Narendra Modi, pelo excelente trabalho dele e de sua equipe por ocasião da presidência indiana.

Poucas semanas após o nosso último encontro presencial, o mundo está ainda mais complexo.

Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem.

O recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises que já enfrentávamos.

Quero saudar o acordo anunciado hoje entre Israel e o Hamas, que envolve a libertação de reféns (mulheres e crianças) em troca de uma trégua temporária de 4 dias e da libertação de prisioneiros palestinos (mulheres e crianças).

Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina.

Esse conjunto de desafios vai exigir vontade política e determinação por parte de governantes e dirigentes de todos os países e organismos internacionais.

Por meio do diálogo, temos de recolocar o mundo no caminho da paz e da prosperidade.

O G20 tem um papel central a cumprir.

Em poucos dias, daremos início à presidência brasileira, que terá como eixo condutor a redução das desigualdades.

Como indiquei em Nova Délhi, elegemos três linhas de ação para estruturar os trabalhos do grupo:

(i) a inclusão social e o combate à fome e à pobreza; (ii) a transição energética e o desenvolvimento sustentável; e (iii) a reforma da governança global.

O lema da presidência brasileira – “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável” – reflete essas prioridades.

Estamos criando duas forças-tarefa, uma Contra a Fome e a Desigualdade e outra Contra a Mudança do Clima.

Também lançaremos uma Iniciativa para a Bioeconomia.

Vamos buscar resultados concretos, que gerem benefícios para os mais pobres e vulneráveis, em todo o planeta.

O G20 ajudará a alavancar iniciativas multilaterais em curso.

Precisamos recuperar a tripla dimensão do desenvolvimento sustentável e acelerar o ritmo de implementação da Agenda 2030.

O Brasil sediará, em 2025, a COP30: a primeira COP na Amazônia.

Queremos trabalhar no G20 para chegar lá com uma agenda climática ambiciosa que assegure a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas.

Isso só será possível abordando seriamente o endividamento, o acesso a financiamento e mecanismos progressivos de tributação.

Também vamos discutir como fortalecer a governança global para lidar com antigas e novas questões.

Uma maior diversidade de vozes precisa ser levada em conta.

É por isso que saudamos a incorporação da União Africana como membro pleno neste Fórum.

O Brasil tem noção do tamanho da sua responsabilidade.

A partir do dia 1º de dezembro divulgaremos o calendário e as notas conceituais que orientarão os trabalhos nas várias instâncias do G20.

Dia 13 de dezembro receberei em Brasília os representantes das Trilhas Política e de Finanças.

Queremos fomentar maior coordenação entre ambas as Trilhas.

Os grupos técnicos e as reuniões ministeriais preparatórias serão sediadas em várias cidades de todas as cinco regiões do nosso país.

Jovens, mulheres, trabalhadores, empresários, povos indígenas, parlamentares, cientistas, acadêmicos e representantes de todos os outros grupos vulneráveis precisam ser ouvidos como artífices e beneficiários do desenvolvimento sustentável.

Por isso, asseguraremos ampla participação social nos trabalhos do G20 e sediaremos uma Cúpula da Sociedade Civil, previamente à Reunião dos Líderes.

Terei a honra de recebê-los no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.

Muito obrigado.

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