Centenas de jovens protestaram, em Vitória, contra a Medida Provisória 1116/22 que discute a lei do Jovem Aprendiz. Na Câmara dos Deputados, foi criada uma comissão especial para discutir o tema, mas, no início do mês, o Governo Federal encaminhou uma MP sem consultar a população e com alguns problemas. Entre as críticas à proposta, está a possível redução das vagas ofertadas.
Presidente da comissão, o deputado federal Felipe Rigoni esteve presente na mobilização e demonstrou apoio aos presentes.
“Essa MP passou por cima de todo um trabalho realizado. Não podemos aceitar. Fora isso, o texto apresenta uma série de problemas que não podem ser ignorados. Foi bonito de ver esse ato da juventude e estou à disposição para contribuir. Estamos trabalhando para barrar essa Medida Provisória e seguir com os trabalhos da Comissão”.
Nos últimos meses, a Comissão Especial realizou seis audiências públicas, dois seminários e ouviu mais de 44 especialistas no assunto. “O Governo não pode passar por cima de um trabalho construído no coletivo. Precisamos dialogar e fazer o melhor texto em busca de mais oportunidades para os nossos jovens”, acrescenta.
A Medida Provisória encaminhada pelo Governo Federal traz um ponto preocupante: ela calcula em dobro o número de vagas para vulneráveis. Ou seja, um jovem vale por dois, o que reduz as vagas ofertadas. As organizações apontam que a grande maioria dos estudantes já é de classe mais baixa e seriam amplamente prejudicados com a redução. Outro ponto citado é que esse tratamento pode segregar os aprendizes.
“Precisamos fortalecer a aprendizagem e não ao contrário. Vamos trabalhar pela inclusão social e produtiva, principalmente dos mais vulneráveis. Isso é fundamental para gerar mais oportunidades. No próximo mês, vamos realizar uma audiência pública no Espírito Santo e convidar todos os responsáveis, inclusive, os jovens aprendizes”, finaliza Rigoni.